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EUA dispostos a reintroduzir sanções contra Venezuela se não houver "mais progressos"

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Foto POOL

Os Estados Unidos avisaram hoje que estão dispostos a suspender "nos próximos dias" o alívio de certas sanções impostas à Venezuela caso não haja progressos na libertação de presos políticos.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que, embora Washington se congratule com o facto de a Venezuela ter aberto caminho para uma revisão da candidatura da opositora María Corina Machado às eleições presidenciais de 2024, que está proibida até 2030, não vê progressos na libertação de presos políticos.

"Estamos profundamente preocupados com a falta de progressos na libertação de cidadãos norte-americanos e de prisioneiros políticos venezuelanos detidos injustamente. Continuaremos a empenhar-nos ativamente nos esforços diplomáticos a este respeito e estamos preparados para tomar medidas nos próximos dias para suspender certas sanções, a menos que haja mais progressos", disse.

A declaração de Kirby foi feita um dia após a Noruega, mediador entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, ter anunciado que as duas partes tinham chegado a acordo sobre um mecanismo para reconsiderar as desqualificações de candidatos, incluindo a candidata presidencial anti-Chávez María Corina Machado.

"Congratulamo-nos com o anúncio feito ontem [quinta-feira] pelos representantes de Maduro e da Plataforma Unitária, que define o quadro para uma rápida reabilitação de todos os candidatos. É algo que temos defendido. É uma notícia bem-vinda e pensamos que também é importante", disse Kirby.

Quinta-feira era o prazo que Washington tinha dado a Caracas para fornecer uma série de garantias para as eleições de 2024.

A administração do democrata Joe Biden prometeu que, se Maduro não tomar uma série de medidas, restabelecerá as sanções que levantou temporariamente após os acordos de Barbados, nos quais o chavismo e a oposição assinaram garantias para essas eleições, incluindo a observação eleitoral.

Kirby também fez uma declaração sobre o referendo que a Venezuela realizará no domingo sobre a disputa sobre o território de Essequibo que o país tem com a Guiana.

"Temos sido claros no nosso apoio a uma resolução pacífica. A decisão arbitral de 1899 que determina a fronteira entre a Guiana e a Venezuela deve ser respeitada, a menos que as partes cheguem a um novo acordo ou que o Tribunal Internacional de Justiça decida em contrário", afirmou.

A Venezuela reivindica a região de Essequibo, cerca de 70% do território da Guiana, incluindo as reservas petrolíferas 'offshore', argumentando que a decisão arbitral de 1899 é nula e sem efeito porque "afetou fraudulentamente 159.500 quilómetros quadrados do território" da Guiana de Essequiba, como lhe chama o governo venezuelano.