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Altos preços e emigração condicionam Natal dos luso-venezuelanos

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Os altos preços dos produtos e a emigração de luso-venezuelanos está a condicionar as celebrações de Natal dos portugueses radicados na Venezuela que vão este ano fazer restrições e ter menos pessoas à mesa.

"Agora é mais difícil comprar as coisas porque os preços aumentaram (...) Noutros anos tínhamos outro problema: havia dinheiro, mas não havia o que comprar. Este ano é o contrário, há produtos, mas não há dinheiro suficiente para comprar tudo para a época natalícia", disse uma lusodescendente.

Em declarações à agência Lusa, a odontologista Sónia Encarnação explicou que para celebrar o Natal há que "fazer um pouco mais de sacrifício do que no ano passado, porque os preços subiram" e isso está a fazer com que, "em vez de se reunirem 10 ou mais pessoas, há famílias em que todos vão ficar em casa".

"As tradições estão a mudar, houve um êxodo nas famílias, pois muitos saíram do país e os encontros são agora com menos pessoas", acrescentou.

Sobre os presentes, disse que "este ano há mais variedade, mas a preços elevados", uma situação difícil de explicar às crianças "que sempre querem que o Pai Natal traga muitos e muitos presentes".

Apesar das dificuldades, Sónia Encarnação manifestou a esperança de que "o próximo ano será melhor".

Por seu lado, o comerciante António Freitas também lamentou que o preço dos produtos tenha subido bastante, situação que leva a que "as pessoas não possam comprar como compravam antigamente".

No entanto, disse, "há que estar bem-disposto, em união da família, compartilhar, e ir aos tradicionais jantares".

"O Natal é a festa. Desde criança sempre ouvi falar do mês da festa (...) estou na Venezuela há quase meio século e gosto de estar aqui, onde estão os meus filhos, netos e amigos", disse, sublinhando que "a crise é mundial".

"O importante é manter as tradições. Com pouco ou com muito, o importante é a celebração", disse.

Este comerciante tem um desejo para este Natal: "união, não apenas das famílias, mas do povo e do mundo inteiro, porque sem paz, não teremos futuro".

"O Natal é uma época especial de paz, amor e esperança e a esperança é o último que se perde", frisou.