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Madeira

Rocha da Silva afirma que carvalho que caiu no Monte já dava sinal de cedência dez anos antes

Alegações finais do julgamento marcadas para 10 de Janeiro

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

O antigo director regional de Florestas e engenheiro técnico agrário aposentado Rocha da Silva assumiu, esta tarde, no julgamento que decorre no tribunal do Funchal (Edifício 2000), estar convicto de que dez anos antes da queda da árvore do Monte aquele carvalho já tinha dado “sinal de cedência” e que, se havia perigo para as pessoas, o mesmo deveria ter sido cortado. Se fosse chamado a avaliar aquela árvore, “há muito que a tinha retirado” porque a segurança deve estar em primeiro lugar.

“Para mim, o carvalho em 2007 deu um sinal de cedência”, declarou Rocha da Silva, perante o colectivo de juízas presidido por Joana Dias, descrevendo que nessa altura foi criado um perímetro de segurança no Largo do Monte, o qual coincide com o local onde caiu a árvore no dia 15 de Agosto de 2017. O antigo director regional, que a pedido do advogado da Diocese do Funchal estudou a árvore e elaborou uma “memória descritiva”, declarou que aquele carvalho era uma árvore demasiado pesada para uma encosta com aquele declive. A sua acentuada inclinação já era um sinal que deveria deixar em alerta os responsáveis por aquele espaço.

A testemunha descreveu ainda que em 1995 houve uma intervenção naquela árvore, com corte de pernadas secas. “Foi uma intervenção correcta mas já era um sinal de perigo. A árvore já estava num percurso descendente e com o passar dos anos ia ficar mais débil. Não foi um raminho que foi retirado. Foram pernadas principais. Já era expectável que esta árvore estivesse num processo descendente”, referiu Rocha da Silva, que considerou que "alguém" deveria ter actuado e providenciado o seu corte, para garantir condições de segurança no local.

A terminar as suas declarações, o antigo director regional observou que a árvore do Monte constitui um trágico recorde mundial, por ter causado 13 mortos.

As alegações finais deste caso ficaram agendadas para 10 de Janeiro, às 15h00.