"O empobrecimento e a marginalização da classe média levam à emergência de populismos e disfuncionalidades da democracia". O alerta é do Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, que aponta que o empobrecimento da classe média é um resultado da "deslocalização e da desindustrialização", que levaram à concentração de riqueza numa elite com "domínio prevalente sobre o mercado".

"O capitalismo desregulado é o pior que pode acontecer à economia de mercado", declarou, defendendo que "é fundamental compensar a essência do mercado com um conjunto de regras claras", lembrando que as "elites têm de ter princípios éticos no sentido de garantir que não se autodestroem".

"Concentrar a riqueza num grupo cada vez mais restrito de pessoas é criar um monstro", apontou, destacando a importância da distribuição da riqueza. 

Na Madeira, o Governo Regional assegura o "imposto progressivo, uma base fundamental do Estado de Direito", afirma, confessando que é preciso mais: "É essencial haver uma estratégia de reindustrialização dos países ocidentais e das democracias pluralistas, não podemos continuar com este fenómeno da deslocalização". 

Declarações proferidas à margem do 1.º Encontro de Investigadores da Bolsa Rubina Barros, que decorre hoje na cidade do Funchal.