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Segundo grupo de reféns está com a Cruz Vermelha a caminho do Egipto

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O grupo de reféns da segunda troca do Hamas hoje libertado já está nas mãos do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a caminho do Egito, indicou um porta-voz militar à agência EFE.

"De acordo com informações recebidas da Cruz Vermelha, os reféns estão atualmente a caminho da passagem de Rafah, na Faixa de Gaza", disse a mesma fonte.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Qatar, país mediador do acordo, tinha anunciado hoje que iria realizar-se uma segunda libertação de 13 reféns israelitas, mais sete estrangeiros, e 39 prisioneiros palestinianos.

Após várias horas de atraso, o Qatar confirmou que o grupo islamita Hamas libertaria 13 reféns israelitas, mais quatro estrangeiros - ao contrário dos sete inicialmente anunciados - e que Israel libertaria 39 prisioneiros palestinianos.

Entre os libertados das prisões israelitas contam-se "33 crianças e seis mulheres", enquanto os prisioneiros israelitas libertados pelo Hamas são oito crianças e cinco mulheres, para além dos quatro estrangeiros, sobre os quais não deu pormenores.

"Depois de um atraso na implementação da libertação de prisioneiros de ambos os lados, os obstáculos foram ultrapassados através de comunicações entre o Qatar e o Egito com ambos os lados, e esta noite 39 civis palestinianos serão libertados em troca da libertação de 13 reféns israelitas de Gaza", disse Majed al Ansari, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, que mediou o acordo, na sua conta oficial no X (antigo Twitter).

O Hamas adiou a entrega de um segundo lote de reféns e acusou Israel de violar os termos do acordo a que chegaram relativamente à entrada de ajuda humanitária e à libertação de prisioneiros palestinianos de alta patente.

Depois de várias horas de silêncio após o anúncio do Hamas, o governo israelita informou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu realizou esta tarde "uma avaliação da situação com todos os elementos de segurança para verificar se a segunda fase está a decorrer como planeado".

De acordo com os meios de comunicação social hebraicos, Israel ameaçou o grupo islamita de retomar a sua ofensiva militar em Gaza se não libertasse o segundo grupo de prisioneiros até à meia-noite.

As partes concordaram esta semana, com a mediação do Egito, do Qatar e dos EUA, em trocar 50 reféns israelitas por 150 prisioneiros palestinianos durante uma trégua de quatro dias e em permitir a entrada de 200 camiões de ajuda humanitária por dia na Faixa de Gaza.

O grupo islamita lamentou que a ajuda que chegou ao norte da Faixa de Gaza tenha sido "muito inferior ao acordado", acusou Israel de não ter cumprido o critério de antiguidade ao libertar ontem 39 prisioneiros; e de ter violado a trégua ao matar a tiro dois habitantes de Gaza que tentavam visitar as suas casas no norte do enclave durante uma pausa nos combates.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14.000 mortos, na maioria civis, e mais de 30.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais.

Segundo as Nações Unidas, a guerra já provocou 1,7 milhões de deslocados em Gaza.