O país caminha para um novo desafio eleitoral quando ninguém estava à espera da instabilidade governativa de um partido de maioria parlamentar. A contas com a justiça, o Governo da República do Partido Socialista troca as voltas aos timings políticos, sendo o mote para a organização dos partidos em termos internos e também do lançamento de nomes para as listas a apresentar neste acto eleitoral que se avizinha, dando azo a alguns factos curiosos, como aquele que foi lançado a Filipe Sousa. Depois de ter sido relegado para segundo plano nas eleições regionais, o presidente da Câmara de Santa Cruz recebe agora um presente do mano, com o “convite” para ser cabeça-de-lista do JPP.

Fazendo-se rogado, Filipe Sousa ainda não disse que sim, mas a postura que assumiu na entrevista à RTP-M é de quem está decidido a aceitar o desafio, enterrando o machado da guerra. Talvez a capacidade de sair de si mesmo, como prova o facto de falar na terceira em relação a si, faça com que consiga facilmente deixar o antigo Filipe Sousa, magoado e ressentido, no passado, enquanto o outro Filipe, o novo, sorri para este novo desafio.

Nestas coisas das legislativas, é também de destacar a pressa com que Carlos Pereira vem afirmar a legitimidade de ser cabeça-de-lista do PS, lembrando, nas entrelinhas, que, mesmo que não o tenha feito sempre no passado, Cafôfo deve assumir o compromisso que diz ter com a Madeira. Há que marcar uma posição! Afinal toda a gente se lembra da promessa do reciclado aspirante a líder do PS de cumprir o mandato na Câmara do Funchal, que ficou a meio do caminho, e da demonstração do seu “afecto” pela Madeira enquanto Secretário de Estado.

Sandra Freitas