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Portugueses na Venezuela com três listas de candidatos para escolher 4 conselheiros

Foto Shutterstock
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Na Venezuela foram admitidas três listas às eleições de domingo para o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), todas elas tendo cabeças de listas atuais conselheiros, uma delas pela circunscrição consular de Caracas e duas por Valência.

O empresário e conselheiro Fernando Campos lidera a única lista de Caracas, uma jurisdição consular que elege quatro conselheiros principais e quatro suplentes.

"O nosso lema, da nossa lista, é 'a força da tua voz' e o nosso grande objetivo é representar dignamente a grande comunidade portuguesa da Venezuela, dar-lhe voz junto dos distintos órgãos de soberania do Estado português", explicou à Lusa.

Campos, cuja lista tem ainda como efetivos Marina Neves Correia Pereira, José Alberto Viveiros e Maria Fátima Teixeira, disse que é preciso insistir para que a participação dos portugueses, em algumas eleições, como a da Assembleia da República, não continue limitada ao voto por correspondência.

"Os correios (na Venezuela) não funcionam. É imperativo a implementação do voto eletrónico à distância como uma opção mais", disse.

O conselheiro propõe "ampliar as plataformas de ensino do português", criar programas de formação de líderes associativos para garantir a continuidade das associações e instituições luso-venezuelanas, "algumas das quais veem ameaçada a sua existência por falta de interesse das novas gerações".

"Por último, promover a criação de um gabinete próprio de apoio ao trabalho do CCP para melhorar a efetividade do nosso trabalho. No caso da Venezuela não podemos esquecer que o país atravessa grandes dificuldades que impactam diretamente a comunidade, especialmente a mais carenciada, que necessita de mais e melhor atenção médica e medicamentos para cobrir as suas necessidades", disse.

Na circunscrição de Valência vão ser eleitos dois conselheiros e dois suplentes. Foram admitidas as listas "A" e "B". Houve a proposta de uma terceira lista que não foi admitida, porque alguns integrantes estavam recenseados noutro país.

A "Lista A -- Aliança luso-venezuelana da cidade de Valência" tem como candidato principal o empresário e conselheiro Leonel Moniz, e como efetiva Isabel Martins.

Em declarações à Lusa, Leonel Moniz afirmou que é importante continuar com algumas propostas que já foram feitas, entre elas o aumento, para 100, do número mundial de conselheiros.

Também divulgar temas da comunidade, entre eles assuntos consulares, como a obtenção da dupla nacionalidade, um processo que "já foi mais rápido na Venezuela e atualmente demora até 18 meses". Por isso, disse, quer "fazer um pedido ao Estado para reduzir o tempo de atribuição".

Este conselheiro quer ver reforçado o investimento na aquisição de novos equipamentos, divulgar os programas de Apoio Social ao Idoso e ao Emigrante Carenciado.

Recordou que muitos lusodescendentes emigraram para outros países latino-americanos, o que exige adaptação e respostas das estruturas consulares locais.

Leonel Moniz disse, ainda, que "os conselheiros precisam de apoio financeiro para fazer os trabalhos onde se encontram", porque estão a assumir dos seus bolsos despesas com transporte, hospedagem, o que é cada vez mais difícil na Venezuela.

Ainda em Valência, a conselheira e professora Fátima de Pontes lidera a "Lista B -- Todos somos Portugal", acompanhada pelo empresário Manuel Moniz, como segundo candidato efetivo.

"Experiência e trabalho, união e respeito. Estamos comprometidos com as novas gerações e em continuar a ser a voz da comunidade da Venezuela (...) Queremos reforçar o recém-criado Conselho Consultivo, dar mais atenção aos nossos idosos e reforçar o ASIC [Apoio Social a Idosos Carenciados] e ASEC [Apoio Social a Emigrantes Carenciados]", explicou à Lusa.

Fátima de Pontes quer também promover o recenseamento eleitoral, "fundamentar" a importância das instituições luso-venezuelanas no interior do país, dinamizar o ensino do português e "lutar por dotações orçamentais que ajudem os conselheiros a se deslocarem às cidades do país, para apalpar os problemas".