A "dor" que João Rodrigues lidou
Depois de uma pausa recomeçou o TEDxFunchal e logo com João Rodrigues, o velejador madeirense reconhecido pela sua participação nos Jogos Olímpicos. Compartilhou as várias experiências em obras literárias, como o recente livro ‘Oito’, que presta homenagem aos atletas olímpicos portugueses. Diz que aproveita o mar diariamente, faça sol ou faça chuva. No ‘Agora É que É!’ dá a conhecer a ‘Dor, a minha companheira improvável’.
Falou da sua experiência desde os 9 anos e "a dor, a minha companheira improvável” que o impediu de terminar uma prova aos 11 anos. “Tentei perceber esta minha companheira que iria ter para ao longo da vida, mas prometi que nunca mais iria deixar vencer”, disse, mas “confesso que durante décadas fui viciado na dor”, afirmou.
“Senti como se houvesse um Deus ou um espírito de mim, fazia-me mover e durante anos aconteceu. Conseguia transcender em determinados contextos”, referiu antes de mostrar uma fotografia onde se viu um retiro espiritual onde esteve para perceber a sua relação com a dor: “Tudo o que sentia no corpo era aquilo que a minha mente produzia”.
João Rodrigues fez várias travessias numa prancha de windsurf, uma delas às Selvagens, um percurso de 300 quilómetros fazendo-o com dor imensa, expressou. Em 2014 magoo-se nas costas e o médico prognosticou uma interrupção da carreira, curiosamente disse que só se livrava da dor em cima da prancha. Emocionou-se quando apareceu a sua fotografia como porta estandarte da bandeira portuguesa nos Jogos Olímpicos.
“Em 1995 fui campeão do mundo e tive uma recepção incrível e três meses foi 13 lugar e só tinha três pessoas à minha espera e aprendi que hoje estamos no topo e no dia seguinte estamos longe desse sucesso”, recordou.