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Exército dos EUA revê estratégia de recrutamento para inverter falta de alistamento

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Foto AFP

O Exército norte-americano vai rever a estratégia de recrutamento para se concentrar mais em jovens que terminaram o percurso universitário ou que procuram uma carreira profissional, numa tentativa de inverter a falta de alistamento, foi hoje divulgado.

Uma parte importante da nova estratégia, que deverá arrancar nos próximos meses, é a formação de uma nova força profissional de recrutadores, em vez de depender de soldados que são designados aleatoriamente para a tarefa.

A secretária do Exército dos Estados Unidos da América (EUA), Christine Wormuth, explicou, numa entrevista à agência norte-americana Associated Press (AP), que algumas das mudanças começarão nos próximos 90 dias, mas, admitiu, que uma transformação completa levará anos.

"Não estamos a recrutar muito bem há muitos mais anos do que se poderia pensar apenas olhando para as notícias dos últimos 18 meses", disse Wormuth, acrescentando que o Exército não cumpre a sua meta anual de novos contratos de alistamento desde 2014.

No ano passado, o Exército ficou em 15.000 soldados aquém do seu objetivo de alistamento de 60.000, enquanto competia com empresas com salários mais elevados num mercado de trabalho rígido e tentava superar dois anos de pandemia de covid-19, que impediu o acesso a escolas e eventos públicos.

Oficiais do Exército norte-americano disseram, no entanto, que o número atual ainda permite que a organização atinja a força total necessária de 452 mil soldados, lembrando que foram recrutados 4.600 sodados adicionais, que irão começar o treino no próximo ano.

Ao depor perante o Congresso norte-americano durante a sua audiência de confirmação, o general Randy George, que agora é chefe do Estado-Maior do Exército, classificou o recrutamento como "o desafio principal".

A Marinha e a Força Aérea também ficaram aquém das suas metas de recrutamento para o ano fiscal que terminou no sábado, mas os respetivos líderes disseram que estes dois ramos das Forças Armadas norte-americanas se saíram melhor do que as previsões no início deste ano.

O Corpo de Fuzileiros Navais e a pequena Força Espacial disseram que cumpririam as suas metas de alistamento.

O aumento do recrutamento do Exército este ano é considerado uma vitória de curto prazo, possibilitada por uma série de programas que foram atualizados, mas o Governo do Presidente Joe Biden acredita que ainda serão necessárias mudanças sistémicas na forma como o Exército aborda o mercado de trabalho.

Parte dessa estratégia passa por mostrar os empregos de alta tecnologia do Exército associados a competências com computadores, satélites e Inteligência Artificial para atrair aqueles que ainda pensam no setor militar apenas como tropas de infantaria.