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Segunda volta das legislativas na Tunísia com participação muito fraca

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A taxa de participação na segunda volta das legislativas na Tunísia foi de 11,3%, segundo números provisórios divulgados pelo presidente da autoridade eleitoral, Farouk Bouasker.

Na primeira volta, realizada em dezembro, os dados preliminares indicaram uma participação de 8,8% e depois foi anunciada uma taxa definitiva de 11,2%, a mais fraca desde a revolução de 2011, após anos de recorde na participação, que atingiu perto de 70% nas legislativas de 2014.

A eleição de 131 deputados (num total de 161, com 30 lugares já atribuídos) representa a última etapa do processo lançado há 18 meses pelo presidente Kais Saied para regressar a um sistema muito presidencialista, similar ao que vigorava antes da revolução de 2011 e à queda do ditador Ben Ali.

Saied passou a concentrar poderes em 25 de julho de 2021, considerando que o país estava ingovernável e depois reviu a Constituição para abolir o sistema parlamentar híbrido em vigor.

Os analistas explicam a elevada abstenção com vários fatores, a começar pelo boicote da oposição, incluindo a do partido de inspiração islamita Ennahdha, que dominou o parlamento na última década, e apontam também o facto de os candidatos serem maioritariamente desconhecidos e sem filiação política.

O parlamento que sairá das eleições tem poderes muito limitados, tornando muito difícil a possibilidade de derrubar o governo e impossível destituir o presidente.