A Guerra Mundo

Ataque a Makiivka provoca críticas contra liderança militar russa

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FOTO EPA/MIKHAIL PALINCHAK

O ataque ucraniano de domingo com o sistema de foguetes HIMARS atingiu uma base russa em Makiivka e provocou indignação e críticas entre a liderança militar russa, de acordo com um 'think-tank' norte-americano.

O mais recente relatório do Instituto para o Estudo da Guerra cita mensagens no espaço informativo e nas redes sociais da Rússia que revelam que o ataque de domingo na cidade de Makiivka, na região parcialmente ocupada de Donetsk, gerou significativa discussão e controvérsia, com várias vozes a questionar a eficácia da liderança militar.

De acordo com este relatório, o Ministério da Defesa russo está a tentar desviar responsabilidades sobre a origem do ataque ucraniano, recusando culpas na segurança operacional das suas forças na região de Donetsk.

Os agentes de informação militares de Moscovo receberam relatos de que o ataque ocorreu quando soldados russos violaram a segurança operacional, ao usarem telemóveis pessoais, que permitiram às forças ucranianas realizar um ataque de precisão.

Os meios de comunicação social russos pró-Kremlin e alguns 'bloggers' militares russos amplificaram estas informações, avisando para os riscos de as forças ucranianas poderem explorar as más práticas entre os soldados russos, pedindo ao Ministério da Defesa para introduzir diretrizes mais rígidas sobre o uso de telemóveis pelos sodados.

Na perspetiva dos analistas do Instituto para o Estudo da Guerra, estas falhas militares "complicam os esforços" do Presidente Vladimir Putin para "apaziguar a comunidade pró-guerra" na Rússia.

Fontes russas citadas pelo relatório garantem que Putin ordenou que o Ministério da Defesa averigue o ataque de Makiivka, até ao final desta semana.

De acordo com o Estado-Maior da Ucrânia, o ataque visou um ponto de concentração de pessoal e equipamento militar russos, destruindo até 10 peças de equipamento.

Embora o número oficial de vítimas ainda não tenha sido divulgado, o Departamento de Comunicações Estratégicas das Forças Armadas Ucranianas afirmou que o ataque matou pelo menos 400 pessoas mobilizadas e feriu 300.

As imagens geolocalizadas do ataque mostravam a devastação numa Escola Politécnica, localizada a apenas 13 quilómetros da linha de frente.

Fontes russas afirmaram que 600 soldados de um regimento de mobilização estavam no prédio da escola no momento do ataque, com alguns 'bloggers' militares russos a avançar que o número de mortos poderia ser da ordem das centenas.

O Ministério da Defesa russo reconheceu o ataque, afirmando que quatro dos seis mísseis mataram 63 soldados russos e o governador da região de Samara, Dmitry Azarov, confirmou que alguns dos militares falecidos eram habitantes locais.