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Necessários 23 milhões de anos para substituir os mamíferos ameaçados em Madagáscar

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Investigadores norte-americanos estimam que seriam necessários 23 milhões de anos para substituir os mamíferos ameaçados de extinção em Madagáscar, onde a maioria das plantas e animais da ilha só ali existe, segundo a revista científica Nature Communications.

Estas plantas e animais estão a enfrentar sérios problemas devido à perda de habitat, caça excessiva e alterações climáticas, dizem os peritos do norte-americano Museu de História Natural de Chicago.

Das 219 espécies de mamíferos conhecidas da ilha, incluindo 109 espécies de lémures (primatas), mais de 120 estão em perigo de extinção, alertam os investigadores.

O novo estudo examinou o tempo necessário para o aparecimento dos mamíferos únicos de Madagáscar, estimando em 23 milhões os anos necessários para que um conjunto semelhante de novas espécies de mamíferos evoluísse se as atuais espécies ameaçadas de extinção desaparecessem.

"É evidente que linhagens inteiras de linhagens únicas de mamíferos que apenas existem em Madagáscar estão extintas ou à beira da extinção e, se não forem tomadas medidas imediatas, Madagáscar perderá 23 milhões de anos de história evolutiva", disse um dos autores do artigo, o biólogo do Museu de Campo Steve Goodman, um especialista da Associação Vahatra em Antananarivo, Madagáscar.

Madagáscar é a quinta maior ilha do mundo, com uma dimensão semelhante a que tem a França, mas devido aos diferentes ecossistemas presentes em Madagáscar, "parece menos uma ilha e mais um míni continente", diz Goodman.

Para estimar o tempo necessário para substituir os mamíferos em perigo, uma equipa internacional de cientistas, incluindo Goodman, colaborou no estudo dos mamíferos em perigo.

Construíram um conjunto de dados de todas as espécies de mamíferos conhecidos que coexistiram com os humanos em Madagáscar durante os últimos 2.500 anos.

Depois de terem dados sobre todos os mamíferos conhecidos em Madagáscar que interagiram com os seres humanos, os investigadores construíram árvores genealógicas para estabelecer como todas estas espécies estão relacionadas entre si e quanto tempo levou a sua evolução.

Os cientistas puderam então extrapolar quanto tempo levou para que esta quantidade de biodiversidade evoluísse e, portanto, estimar quanto tempo levaria a evolução para "substituir" todos os mamíferos ameaçados se estes desaparecessem.