Madeira

Começam hoje as votações para a Ordem dos Médicos

Há duas listas candidatas ao Conselho Médico Regional, uma liderada por Carlos Martins, que se recandidata, e outra por Gil Bebiano, que quer implementar uma mudança na estrutura da organização

None

Arrancam hoje as votações para as várias estruturas da Ordem dos Médicos. A nível nacional, os médicos madeirenses votam para o cargo de bastonário, que conta com seis candidatos (Alexandre Valentim Lourenço, Bruno da Cruz Maia, Carlos Cortes, Fausto  Pinto, Jaime Branco e Rui Nunes), mas também para o cargo de presidente da Secção Sul (onde se inclui a Madeira). Neste caso existem três listas (lista A - Paulo Simões; lista B - Mário Neves; lista D - Carla Pimentel).

Mais infracções e trabalho ilegal

Inspecção Regional detectou, no ano passado, mais 58% de casos do que em 2021. Houve também um aumento de 146% no número de situações de emprego clandestino. É esta a notícia que faz manchete na edição impressa do DIÁRIO de Notícias da Madeira desta terça-feira, 10 de Janeiro.

A votação prolonga-se até ao próximo dia 19, sendo que os médicos podem exercer o seu direito de escolha através do voto electrónico.

Duas listas na Madeira

A nível local, decorre no mesmo período a eleição do Conselho Médico Regional.

Tal como o DIÁRIO já noticiou, são duas as listas candidatas, uma de continuidade, a lista A, encabeçada pelo médico otorrinolaringologista Carlos Martins, que se propõe a um segundo mandato; outra liderada pelo neurocirurgião Gil Bebiano, a lista M, que se estreia nestas lides e que propõe uma estrutura mais interventiva em prol da classe.

‘Da Ordem aos médicos: construir o Futuro’, de Carlos Martins, que tem Maurício Melim como mandatário, propõe lutar pela diminuição da carga burocrática e a contínua validação científica da medicina actual. Além disso, compromete-se a actualizar a convenção com o sector público e a promover acções de formação e pós-graduações diferenciadas.

No seu programa de acção, o ainda presidente do Conselho Médico aponta a progressão “na luta e defesa da melhor prática médica, tanto no sistema de saúde público como privado, devolvendo a voz activa aos médicos nas mais variadas políticas de saúde regional”.

Fazem parte da lista A nomes como Mónica Armas (candidata a presidente da Mesa da Assembleia) ou Pedro Freitas (candidato a presidente do Conselho Fiscal). No Conselho Médico, além de Carlos Martins, para o cargo de vice-presidente temos João Patrício Freitas, Laurentina Silva para tesoureira, Filipe Perneta como secretário e Rómulo Ribeiro como vogal; Ana Célia Sousa e Ferdinando Pereira são suplentes.

O DIÁRIO procurou, em tempo útil, entrevistar o candidato da lista A, mas Carlos Martins não se mostrou receptivo e não respondeu a vários dos nossos pedidos. Ontem, durante a tarde, num último apelo ao voto, difundido através das redes sociais e e-mail, o médico dizia ter sido "uma honra e um privilégio" ter defendido a classe no último triénio, apontando que a recandidatura pela lista A era o "corolário de três anos difíceis devido à pandemia da covid-19", prometendo um "olhar mais positivo" na construção do futuro. 

Já com o lema ‘Médicos unidos pela Saúde’, Gil Bebiano pretende promover o reconhecimento da classe médica e o seu papel no sistema de saúde regional, ao mesmo tempo que aposta na qualidade da medicina e na promoção da prestação de cuidados de saúde adequados.

Gil Bebiano compromete-se, no seu programa de acção, a “desenvolver reuniões periódicas com todas as especialidades de forma a avaliar, objectiva e individualmente, a sua organização, estrutura e dificuldades”. Além disso, aponta como prioritário “garantir a aplicação dos tempos padrão das consultas médicas com o intuito de obter melhoria da qualidade dos actos médicos praticados, da saúde dos doentes e da própria organização do sistema”, bem como “melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde primários e secundários descentralizando a prestação de cuidados ao serviço de urgência”.

Estes foram alguns dos aspectos evidenciados pelo candidato da lista M na entrevista que concedeu ao DIÁRIO, publicada na edição impressa do último domingo, onde teceu, também, várias considerações em relação ao novo hospital, que ontem viu ser lançada a primeira pedra da segunda fase das obras.

Medicamentos biológicos geram forte investimento

12 milhões investidos em 'biológicos' é a manchete desta edição de domingo, 8 de Janeiro de 2023. "Prescrição de medicamentos produzidos através de fonte biológica disparou nos últimos anos. São caros mas cada vez mais prescritos por diversas especialidades", pode ler no subtítulo. Saiba mais nas páginas 2 e 3.

O hospital novo que está a surgir, e fico satisfeito que esteja a surgir, já devia estar construído e a ser remodelado. Esta é que é a realidade. Essa oportunidade passou, mas vamos, então, fazer um hospital de forma modelar, preocupar-se com o preencher um hospital com recursos humanos, um aspecto importante. Quando o hospital estiver pronto daqui a 5 ou 6 anos, 10 a 15% dos médicos actualmente no activo já estarão reformados. É preciso pensar nisso, e mais, é preciso preparar adequadamente os médicos jovens que vão para lá trabalhar para funcionar com os meios diagnósticos e equipamentos que teremos, espero eu todos topos de gama, para os quais eu, sinceramente, se calhar já não estava apto a trabalhar. Gil Bebiano

Além disso, na ocasião, Gil Bebiano, caso venha a vencer as eleições que terminam no dia 19 de Janeiro, prometia uma Ordem mais interventiva, recusando-se “ver a banda passar”: “De futuro, decididamente, e estando eu no Conselho Médico Regional, não tenho dúvidas de que farei toda a questão de ser parte envolvida na solução dos problemas. Não podemos ver a banda passar, como diz o povo, e ficarmos calmos, serenos, desanimados na maior parte das vezes pela desorganização em todos os aspectos… desincentivo económico, desincentivo organizativo, desincentivo de futuro.”.

A lista M, que tem como mandatária Licínia Lara Araújo, apresenta Marco Paulo Freitas como presidente da Mesa da Assembleia e Catarina Nóbrega como presidente do Conselho Fiscal. No Conselho Médico temos Nivalda Pereira como vice-presidente, Paulo Sousa como tesoureiro, Ana Cristina Gouveia no lugar de secretário e Cátia Diana Fernandes como vogal; são suplentes Sérgio Miguel Henriques e João Miguel Carvalho.