A Guerra Mundo

Líder sérvio bósnio oferece observadores para referendos nas regiões separatistas da Ucrânia

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O membro sérvio da presidência bósnia, Milorad Dodik, declarou em Moscovo que está disposto a enviar observadores para o referendo nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, leste da Ucrânia, para a sua integração na Rússia, indicaram hoje os 'media' bósnios.

O líder nacionalista dos sérvios bósnios, citado pelo portal Klix, considerou os referendos como uma decisão autónoma dos cidadãos, apesar de decorrerem num cenário de guerra e com ausência de garantias.

"O referendo é um tema importante nos últimos dias e consideramos que a questão da integração na Rússia é uma decisão autónoma dessas regiões, mas também da própria Rússia. Por isso respeitamos essa eleição e a forma de integração", disse Dodik.

Os parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pelo Kremlin em 21 de fevereiro passado, convocaram um referendo de integração na Rússia entre 23 e 27 de setembro, ao qual se juntaram as regiões de Kherson e Zaporijia, parcialmente sob domínio russo.

Dodik assegurou que os observadores da Republika Srpska -- RS, que forma a Bósnia-Herzegivina em conjunto com a Federação de croatas e muçulmanos (bosníacos) -- poderão participar na supervisão deste plebiscito.

"A nossa gente (...) participou com frequência como observadores nas eleições na Rússia. Têm experiência nessa área e para mim seria uma honra que participem num acontecimento tão importante", declarou.

Segundo indicou o Klix, Dodik reuniu-se em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, com quem abordou o preço do gás natural para a Bósnia-Herzegovina e as eleições gerais que decorrem no país balcânico em 02 de outubro.

O líder da RS pediu ainda o apoio da Rússia na ONU para o prolongamento da missão militar EUFOR-Althea da União Europeia na Bósnia-Herzegovina, cujo mandato atual expira em novembro próximo.

Em 2021, Dodik anunciou a intenção de devolver à entidade sérvia bósnia diversos poderes concedidos às instituições centrais, e que foi encarada por diversos setores como uma forma de separatismo.

Dodik foi incluído na lista de sanções dos Estados Unidos, que o acusam de obstruções ao processo político na Bósnia-Herzegovina, e por "contínuas ameaças" à estabilidade das instituições centrais.