Ajuda, agora!

A inflação alta veio para ficar. Mesmo que acabasse amanhã a guerra contra a Ucrânia, os preços dos produtos essenciais não desceriam. Estamos metidos num colete de forças. Ora com o custo de vida cada vez mais elevado, ora com poucas perspectivas de recuo. A próxima batalha vai ser o aumento das prestações das habitações, reflectindo o aumento das taxas. Estamos perante uma emergência nacional, que não se resolve com ajudas pontuais e mascaradas de caridade. A população precisa de um plano de acção robusto, capaz de auxiliar quem mais precisa, capaz de manter a dignidade social dos que vão ser mais castigados, uma vez mais. Em 2008/2010 muitos perderam as casas, muitos tiveram de alterar vidas e rotinas. Enfim, empobreceram face a uma bolha imobiliária que já se desenha de novo no horizonte, cheia de força. Os governos da República e da Região tardam em agir, em precaver situações limite, que vão gerar desespero social. Tem de ser encontrada uma solução que desafogue fiscalmente as famílias. Para problemas excepcionais, medidas excepcionais. Não se pode deixar andar para juntar os cacos depois. Todos têm de ser chamados a ajudar, no alívio tributário. Porque não se baixa o IMI? Porque não se alivia a taxa máxima do IVA? Porque não se avança (de forma corajosa) com a tributação dos lucros excessivos?

O Estado e a Região têm de encontrar forma de acudir ou quem vai sofrer será a economia, débil e a recompor-se da tempestade ‘covid’. O efeito ‘cascata’ chegará e, como é óbvio, as pessoas vão prescindir do menos importante, prejudicando as empresas e a economia.

António Cardoso