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Primeiro-ministro rejeita truques nas pensões e quer evitar aumento de despesa

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Foto EPA

O primeiro-ministro rejeitou hoje ter usado de qualquer truque ao anunciar o aumento das pensões, entre este ano e o próximo, e disse que o Governo quis evitar um acréscimo de despesa permanente de dois mil milhões de euros.

"O que não poderíamos fazer de forma responsável era ter um ano de inflação absolutamente extraordinário e atípico, como este, e transformá-lo num efeito permanente", afirmou António Costa, em entrevista à TVI/CNN Portugal, conduzida pelos jornalistas José Alberto de Carvalho e Pedro Santos Guerreiro.

O primeiro-ministro reiterou que o executivo teve duas preocupações na hora de decidir como proteger os pensionistas do aumento da inflação: garantir a recuperação do poder de compra "perdido hoje" e "garantir a sustentabilidade futura da Segurança Social".

"Se aplicássemos a lei sem esta alteração especificamente para o ano de 2023, introduzíamos um acréscimo de despesa permanente de mais de dois mil milhões de euros", alertou, referindo-se à suspensão para o próximo ano da fórmula de cálculo das pensões.

Por várias vezes, António Costa afirmou que "não há truque nenhum, nem de retórica, nem de coisa nenhuma" e recorreu mesmo ao discurso escrito que proferiu na apresentação do pacote de apoio às famílias para defender que o Governo foi transparente.

"Eu fui muito claro: o que eu disse é que, entre o suplemento extraordinário [um suplemento equivalente a meia pensão paga em outubro] e o montante que propusemos à Assembleia da República que seja o aumento para o próximo ano, garantimos que, até final de 2023, os pensionistas recuperarão o poder de compra perdido para a inflação este ano", afirmou.

"Não me pus neste momento a dizer qual o aumento para 2024. Temos de ser rigorosos", acrescentou.