A Guerra Mundo

Presidente Zelensky fala com chefe de Estado da RDCongo antes de visita de Blinken

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O Presidente da Ucrânia conversou hoje com o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, poucas horas antes da chegada do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao país em visita por África.

"Durante as primeiras conversas Ucrânia-RDCongo, enfatizei a necessidade de se superar a crise alimentar causada pela agressão da Rússia contra a Ucrânia", disse Volodymyr Zelensky na sua conta oficial na rede social Twitter.

"Realcei a importância do apoio da RDCongo à Ucrânia, especialmente na ONU", acrescentou o Presidente ucraniano, assegurando que o seu país está disposto a "aprofundar a cooperação com a África".

Esta aproximação entre os líderes da Ucrânia e da RDCongo acontece pouco antes da chegada de Blinken ao país africano, um dos três que vai visitar durante a sua segunda visita oficial a África, que começou no domingo na África do Sul e terminará no Ruanda.

Com esta visita a África, Blinken tem como objetivo fortalecer as relações dos Estados Unidos da América (EUA) com aqueles países, face à influência da China e da Rússia no continente.

A África está a ser particularmente afetada pelos efeitos da guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, já que o aumento do preço dos alimentos e outros produtos básicos provocado pelo conflito levou milhões de africanos a uma crise alimentar.

O chefe de Estado do Senegal e atual presidente da União Africana (UA), Macky Sall, pediu ao Ocidente, em junho, o levantamento das sanções que impediam sobre a exportação de trigo e fertilizantes russos, após reunião com seu homólogo russo, Vladimir Putin.

A UA saudou o acordo que Rússia e Ucrânia assinaram no mês passado para permitir a exportação de grãos ucranianos dos portos do Mar Negro e pediu novamente um "cessar-fogo imediato".

No entanto, muitas nações africanas abstiveram-se na votação das Nações Unidas sobre sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia.

Em 24 de março, de um total de 140 países que votaram na Assembleia Geral da ONU uma resolução pedindo à Rússia a cessação imediata das hostilidades contra a Ucrânia, 20 dos 38 que se abstiveram eram africanos e, deste continente, um (Eritreia) estavam entre os cinco que votaram contra.

Nessa votação, a RDCongo votou a favor da resolução, distanciando-se da posição adotada por alguns países africanos.

"Como Governo, estamos de acordo com a declaração conjunta do atual presidente da UA e do presidente da Comissão da UA, que recordou os princípios das Nações Unidas, em particular a inviolabilidade das fronteiras e o respeito pela soberania dos países", afirmou o ministro Comunicação congolês, Patrick Muyaya.

A posição dos países africanos está ligada não apenas ao poder político e económico que Moscovo tem na África, mas também a razões históricas como a ajuda soviética aos movimentos anticoloniais no século XX e à luta contra o sistema segregacionista do 'apartheid' na África do Sul.