Madeira

Produção do SESARAM de 2021 apresentada “de forma transparente”

Foi numa conferência de imprensa que teve lugar na manhã desta sexta-feira que Pedro Ramos destacou alguns dos números que fazem parte do Relatório de Actividades do Serviço Regional de Saúde

A conferência teve lugar na Secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil. 
A conferência teve lugar na Secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil. , Foto Miguel Lira/SRS

Apesar do aumento do número de cirurgias realizadas, Pedro Ramos confirmou que, no final do ano passado, aguardavam cerca de 20 mil madeirenses à espera de uma operação.

Foi “de forma transparente” que, esta manhã, o secretário regional de Saúde e Protecção Civil apresentou o relatório do desempenho do Serviço Regional de Saúde (SESARAM) referente ao ano passado, um documento que, segundo apontou Pedro Ramos, mostra que, apesar de todos os constrangimentos ditados pela covid-19, aumentaram o número de cirurgias, de consultas e de exames complementares de diagnóstico realizadas no serviço público, motivos que levaram o governante a dizer que foram atingidos os pressupostos delineados.

Na conferência de imprensa em que se ladeou de Rafaela Fernandes, presidente do conselho de administração do SESARAM, de Herberto Jesus, director regional da Saúde, e de Bruno Freitas, presidente do conselho de administração do Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE), o secretário com a tutela da Saúde salientou que, no ano passado, “ultrapassamos as metas das cirurgias delineadas”. “Em 2021 operámos mais do que em 2020, o que era expectável, mas operámos mais do que em 2019, que era um ano não pandémico”, salientou.

Os aumentos verificados nas consultas, onde foi verificado um "desvio muito positivo no último triénio",  e nos meios complementares de diagnóstico foram outro dos destaques apontados por Pedro Ramos, pese embora as condicionantes impostas pela covid-19, salientando que estamos perante números que devem “orgulhar os nossos cidadãos e os nossos profissionais”.

Particularmente aos cuidados de saúde primários, “as consultas aumentaram em valor absoluto e na variação anual”. 

Em 2019 fizemos 7 milhões de actos e 19 mil internamentos, em 2020, expectável, fizemos 6 milhões de actos clínicos e 18 mil internamentos, houve uma redução, mas em 2021, ainda em plena pandemia, fizemos 8 milhões, quase 9 milhões de actos clínicos e mais 20 mil internamentos. Muito mais do que em 2019, ano considerado normal e pré-pandémico. Pedro Ramos, secretário regional de Saúde e Protecção Civil

O governante salientou, também, que, pese embora as contingências ditadas pela pandemia, “o SESARAM não parou e mesmo assim teve tempo para se reorganizar, capacitar em termos de espaços físicos, equipamentos, tecnologia, camas disponíveis, ventiladores disponíveis,  EPI’s disponíveis, chegando mesmo a prestar assistência a três doentes do Serviço Nacional de Saúde”. E foi essa reorganização, que permitiu tratar a covid-19 e a não-covid-19 com “rigor e responsabilidade” e de “acordo com as recomendações nacionais e internacionais” e ainda a deslocalização de profissionais para a vacinação, para a testagem, e para os aeroportos. 

Na sua generalidade, a produção do SESARAM teve, no ano passado, melhores resultados do que em 2019 e 2020, garças ao “esforço organizacional e institucional” por parte de todos os elementos ligados à estrutura, desde administração, chefias e profissionais de todas as áreas. 

Num serviço de saúde que contou com pouco mais de 123 milhões de euros, “os profissionais não param. Tratamos de todos, mas não ao mesmo tempo, por prioridades”, destacou Pedro Ramos, esclarecendo que o tempo médio de atendimento no Serviço de Urgência “cumpre as recomendações”, sendo o tempo médio de espera após a triagem na ordem dos 30 minutos.

Além disso, o responsável pela Saúde na Região apontou que, em 2021, 86,6% dos doentes foram atendidos dentro do tempo previsto no protocolo de triagem. Aludindo, de certa forma, às queixas quanto à espera para atendimento nas Urgências, referiu que o tempo de permanência “é um tempo de humanização, em que os profissionais analisam a situação do paciente, e, se for necessário fazem análises, fazem exames radiológicos, fazem exames ecográficos, tomográficos e por vezes acabam por ficar internados, porque essa é a missão do Serviço de Urgência, observar os vermelhos, os laranjas e os amarelos”, justificou, remetendo para alguns números do relatório. 

Entre esses números incluem-se os 70% que esperou menos de 6 horas, período que, conforme deu conta, tem de ser, muitas vezes, ultrapassado para repetição de exames para avaliar a evolução ou administração de medicação. 

Alguns destes aspectos já foram analisados pelo DIÁRIO, conforme demos conta na nossa edição impressa de ontem. 

Concluindo que "a produção do SESARAM em 2021 foi bem diferente, pela positiva", Pedro Ramos compromete-se a continuar a “trabalhar para melhorar os indicadores de saúde na Região, em resposta aos novos desafios de saúde pública, às alterações climáticas e à digitalização”.