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Rússia diz que "falharam" ofensivas ucranianas em Kherson e Mykolaiv

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Foto AFP

O Ministério da Defesa russo disse hoje que repeliu "tentativas de ofensivas" ucranianas em Kherson e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, após Kiev ter divulgado que rompeu uma primeira linha de defesa das tropas russas naquela região.

"Durante o dia, por ordem direta do [Presidente ucraniano] Volodymyr Zelensky, as tropas ucranianas realizaram uma tentativa de ofensiva em três direções, nas regiões de Mykolaiv e Kherson", referiu o Ministério da Defesa russo em comunicado.

Segundo o governo russo, "esta nova tentativa de operações ofensivas do inimigo falhou miseravelmente" e "unidades do Exército ucraniano sofreram pesadas perdas devido à defesa ativa das tropas russas".

O Exército russo reivindicou ter destruído 26 tanques, 32 veículos blindados e dois aviões caça Su-25 das Forças Armadas ucranianas, e ainda ter abatido 560 soldados, informações que não foram de imediato confirmadas de forma independente, segundo a agência France-Presse (AFP).

No início do dia, o Exército ucraniano garantiu que lançou uma ofensiva em diversas frentes no sul do país e que conseguiu romper uma primeira linha de defesa das tropas russas na região de Kherson.

"As forças inimigas são bastante poderosas, estão a mover-se para aí há muito tempo, reunindo reservas militares, equipamentos... Mas as nossas medidas prévias, o que chamamos de controlo de fogo sobre a logística inimiga, funcionaram", apontou Nataliya Humenyuk, chefe do Centro de Imprensa da Coordenação Conjunta das Forças de Defesa do Sul da Ucrânia, citada pelo jornal Ukrainska Pravda.

"Destruímos armazéns com munições, destruímos concentrações de equipamento militar e destruímos as instalações de defesa aérea. Tudo isso enfraqueceu definitivamente o inimigo", acrescentou.

O grupo tático-operacional Kakhovka do Exército ucraniano garantiu, por sua vez, que o Regimento 109 da autoproclamada república pró-russa de Donetsk se retirou das suas posições na região de Kherson e que os pára-quedistas russos, que os apoiaram, deixaram o campo de batalha.

Perante os ataques ucranianos, a administração cívico-militar criada pela Rússia em Nóvaya Kakhovka, na região de Kherson, ordenou hoje a saída de habitantes para abrigos antiaéreos, devido ao aumento dos ataques de mísseis ucranianos.

Nesta área existem apenas três pontes e uma delas é da barragem de Nóvaya Kakhovka, todas sob fogo quase constante das forças ucranianas, que tentam cortar as rotas pelas quais as tropas russas são abastecidas na margem direita do rio Dnieper.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.