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Caso de Sérgio Figueiredo mostra que sociedade exige "maior transparência"

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Foto Lusa

O PAN considerou hoje que a renúncia de Sérgio Figueiredo ao cargo de consultor do ministro das Finanças mostrou que a sociedade portuguesa exige "uma maior transparência e rigor" aos titulares de cargos públicos.

"Sobre este tema, relativamente ao qual o PAN oportunamente se expressou, nesta fase sublinhamos somente um dos aspetos mais positivos que dele sobressai, o facto de a sociedade portuguesa estar cada vez mais desperta para este tipo de situações e exigir, por isso, uma maior transparência e rigor por parte de titulares de cargos políticos ou públicos", indicou a porta-voz do partido.

Em comunicado, Inês Sousa Real defendeu que "é por este tipo de valores que se deve reger, sem exceção, o exercício de funções políticas ou públicas, pois que, sob o signo da transparência, é a credibilidade da própria democracia que sai reforçada".

A deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza referiu ainda que entregou no parlamento, na semana passada, um projeto de lei que, "mediante a regulamentação da atividade de 'lobbying', visa trazer novos mecanismos de transparência aos ministérios (como a agenda pública ou a pegada legislativa)", e defendeu que desta forma será possível, "sem dúvida, ajudar a combater a possível opacidade neste tipo situações".

Sérgio Figueiredo, antigo diretor de informação da TVI, renunciou hoje ao cargo de consultor do ministro das Finanças, comunicando a decisão através de um texto publicado no Jornal de Negócios.

"Para mim chega! Sou a partir deste momento o ex-futuro consultor do ministro das Finanças. Sossego as almas mais sobressaltadas de que não cheguei a receber um cêntimo, sequer formalizei o contrato que desde a semana passada esperava pela minha assinatura", pode ler-se num texto assinado por Sérgio Figueiredo.

Em reação à demissão, o ministro das Finanças, Fernando Medina, lamentou "não poder contar com o valioso contributo de Sérgio Figueiredo ao serviço do interesse público".

"Lamento profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo, mas compreendo muito bem as razões que a motivaram", afirmou Fernando Medina, em comunicado, sobre a decisão de Sérgio Figueiredo de não prestar os serviços de consultoria para o gabinete do ministro das Finanças.

O jornal Público noticiou em 09 de agosto que o Ministério das Finanças tinha contratado o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas, escolha que motivou críticas de partidos políticos e comentadores.