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Espanha manifesta apoio a pretensão da Moldova de aderir à União Europeia

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Foto EPA/DUMITRU DORU

Espanha ofereceu-se hoje para acolher 2.000 dos 80 mil refugiados da guerra na Ucrânia que permanecem na Moldova e manifestou apoio às intenções deste país de aderir à União Europeia.

"Espanha está com a Moldova", disse o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, em Chisinau, a capital moldava, citado pelos meios de comunicação social espanhóis.

Sánchez visita hoje a Moldova, um dos vizinhos da Ucrânia, país atacado militarmente pela Rússia desde 24 de fevereiro.

Numa declaração ao lado da Presidente moldava, Maia Sandu, o primeiro-ministro espanhol disse ainda que Espanha reconhece a integridade territorial e as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Moldova, uma antiga república soviética de que faz parte uma região separatista, a Transnístria, que autoproclamou a independência.

Espanha é dos países europeus que lida com movimentos independentistas dentro do seu território.

O chefe do Governo espanhol voltou a condenar hoje, dia em que passam 100 dias do início da ofensiva russa, a "brutal agressão" da Rússia e transmitiu a solidariedade espanhola à Ucrânia e a outros na região, como a Moldova, que sentem de forma mais direta as consequências da guerra.

Sánchez, citado pela agência EFE, assegurou à Presidente moldava que a União Europeia continua a trabalhar na aprovação de mais sanções à Rússia e elogiou a forma "exemplar" como a Moldova está a gerir a crise de refugiados originada pela guerra.

Além de manifestar a disponibilidade de Espanha para acolher dois mil refugiados que estão na Moldova, o chefe o Governo espanhol sublinhou que Espanha já enviou 30 toneladas de ajuda para a receção de quem foge da guerra na Ucrânia e desbloqueou oito milhões de euros para países vizinhos da Ucrânia.

A Presidente da Moldova reconheceu que o país vive uma situação "complicada" por causa da guerra na Ucrânia, referindo a impossibilidade de exportação de produtos através dos portos do sul da Ucrânia.

A Moldova é um país do leste europeu sem acesso ao mar que tem fronteiras com a Roménia e com a Ucrânia.

Na sequência da invasão militar russa, o Governo da Moldova, um país com maioria de população de língua romena mas com uma importante minoria russófona, optou por um apoio explícito a Kiev.

Acolheu refugiados de guerra, apresentou uma candidatura de adesão à UE e obteve a promessa europeia de um importante reforço da ajuda militar.

A Moldova receia que Moscovo a selecione como alvo e as autoridades russas já fizeram duras críticas dirigidas a Chisinau.

Espanha anunciou hoje a abertura de uma representação diplomática na Moldova.