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EUA preparados para ajustar postura militar em relação à Coreia do Norte

Foto EPA/KIM HONG-JI/POOL
Foto EPA/KIM HONG-JI/POOL

O enviado especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, Sung Kim, disse hoje em Seul que a Administração norte-americana está preparada para ajustar a postura militar em função das ações de Pyongyang.

"Estamos preparados para fazer ajustes a curto e a longo prazo em relação à nossa postura militar em correspondência a qualquer provocação da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte)", disse Sung Kim em conferência de imprensa após uma reunião em Seul com os homólogos sul-coreano, Kim Gunn, e o japonês Takehiro Funakoshi. 

O enviado especial norte-americano, em declarações que foram citadas pela agência Yonhap, insistiu que o Pentágono vai levar a cabo as ações necessárias para responder a Pyongyang para "fortalecer a defesa" e medidas dissuasoras no sentido de proteger os aliados dos Estados Unidos na região. 

Apesar dos pedidos de Seul sobre o aumento dos "ativos estratégicos" norte-americanos em território da Coreia do Sul, o presidente Joe Biden defendeu recentemente na manutenção de uma postura flexível para não aumentar a tensão na região.

O delegado sul-coreano insistiu, por outro lado, que uma "escalada" em termos de armamento norte-coreana pode aumentar o isolamento de Pyongyang agravando a situação económica do país, facto que pode fortalecer a capacidade de dissuasora dos "aliados". 

O representante japonês sublinhou a importância da coordenação entre os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão expressando desejo de que as ligações sejam fortalecidas pelo novo Executivo de Seul.

Hoje realizou-se a primeira reunião tripartida desde fevereiro e a primeira desde que tomou posse o novo governo do conservador sul coreano de Yoon Suk-yeol que prometeu endurecer posições face aos ensaios militares da Coreia do Norte. 

Os três diplomatas lamentaram também o veto da Rússia e da República Popular da China sobre as novas sanções das Nações Unidas contra a Coreia do Norte na sequência dos últimos ensaios de Pyongyang.

Após a reunião, os três representantes insistiram que a "porta do diálogo vai continuar aberta" para conversações sobre desnuclearização e instaram Pyongyang a aceitar as ofertas de ajuda humanitária necessária para que a Coreia do Norte minimize os efeitos da vaga da pandemia de SARS CoV-2. 

A Coreia do Norte encerrou as fronteiras em 2020 devido à crise sanitária (Covid-19) e rejeitou os convites ao diálogo dos Estados Unidos tendo aprovado em 2021 um plano de modernização de material bélico realizando um número considerado excessivo de lançamento de mísseis. 

Informações recentes dos Estados Unidos - após análise de imagens recolhidas por satélites - indicam, segundo Washington, que a Coreia do Norte está preparada para executar o primeiro ensaio nuclear desde 2017 na zona de Punggye-ri, noroeste do país.