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Sudão acusa Etiópia de executar sete soldados e um civil e promete retaliar

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O Sudão acusou o exército etíope de "executar" sete dos seus soldados e um civil em cativeiro, prometendo retaliar contra o "acto cobarde".

"Num ato que viola todas as convenções de guerra e o direito internacional, o exército etíope executou sete soldados sudaneses e um cidadão que eram seus prisioneiros", disse o exército sudanês, numa declaração, no domingo à noite.

"Este ato traiçoeiro não passará", acrescentou, prometendo responder "a este comportamento cobarde". A declaração não adiantou mais pormenores.

A Etiópia não comentou ainda as acusações.

Segundo um oficial militar sudanês, os soldados foram capturados numa região fronteiriça perto da área disputada de Al-Fashaga.

Uma disputa fronteiriça entre o Sudão e a Etiópia por terras férteis na vasta região El-Fashaga, no estado de Gedaref, no leste do Sudão, tem sido um grande obstáculo entre os dois países da África oriental.

Os confrontos, por vezes fatais, ocorrem regularmente nesta área. Intensificaram-se em 2020 com a guerra entre o Governo federal etíope e as autoridades regionais em Tigray, uma região vizinha do Sudão, que provocou a fuga de dezenas de milhares de etíopes para o leste sudanês.

Embora os agricultores etíopes tenham sido instalados na área de El-Fashaga durante décadas, as tropas sudanesas só para lá foram destacadas após a eclosão do conflito em Tigray.

Esta disputa fronteiriça está a alimentar tensões entre os dois países, que apesar de numerosas rondas de negociações não conseguiram ainda chegar a um acordo sobre a delimitação da sua fronteira. Cartum e Addis Abeba também têm estado em desacordo há mais de 10 anos sobre a questão da Grande Barragem do Renascimento, construída pela Etiópia no Nilo.