Madeira

"Calotes herdei mas calotes não deixo", declara Teófilo Cunha

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

O secretário-geral do CDS cessante, Teófilo Cunha, anunciou, esta tarde, no 18.º Congresso regional, que o partido deve terminar o próximo ano com as actuais dívidas saldadas.

"Estas contas têm de estar a zero no final do próximo ano. Calotes herdei mas calotes não deixo. Foi como fui ensinado. Sou o homem das contas. Ter contas certas é isso que temos tentado fazer. Quem me conhece, por onde passei sempre deixei as contas certas. Deixei melhor do que encontrei. Seja na Junta, na Câmara [de Santana], seja na Secretaria [Regional do Mar]", explicou o dirigente, que apresentou vários indicadores aos congressistas reunidos no Savoy Palace.

Assim, revelou que o CDS fez um empréstimo de 190 mil euros em 2017 para as eleições autárquicas. Tal empréstimo foi pago na totalidade em 2019 com dinheiro proveniente das subvenções públicas. "Não é de fontes obscuras ou sacos azuis", garantiu Teófilo Cunha. Entretanto, foi contraído novo empréstimo de 147 mil euros para as eleições regionais de 2019, que permitiram a ida para o Governo Regional. Já foram pagos quase 100 mil euros desse empréstimo. Há ainda "valores do passado residuais", com acordos, que deverão estar pagos no próximo ano. Teófilo Cunha admitiu que "é natural que seja contraído um empréstimo para as eleições regionais do próximo ano".

Por fim, o secretário-geral cessante descreveu que as eleições de 2019, apesar de terem permitido ao CDS passar a integrar o Governo Regional, representaram a perda de deputados. Em consequência, as subvenções parlamentares do partido baixaram de quase 400 mil euros para os actuais 169 mil euros. Foi uma redução significativa, que obrigou à redução de meios e estruturas. O CDS teve de abandonar a sede emblemática na Rua da Mouraria, porque não podia mantê-la. "Um partido não pode ter uma sede aberta de manhã à noite. Hoje há outras formas de contacto. A questão física já não é tão relevante", comentou, a propósito, Teófilo Cunha, que lembrou que o partido chegou a ter 10 funcionários e hoje tem 3. "Provavelmente teremos de reduzir mais. Quando não há receitas….", lamentou o dirigente.