Madeira

"Qualquer dia temos outra vez o circo onde se matam pessoas na arena", diz o Bispo do Funchal em reacção à aprovada lei da eutanásia

D. Nuno Brás lamenta o que classifica de "retrocesso"

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"Quem votou a favor [da eutanásia] acha que a morte é um direito. Eu acho que a morte não pode ser nunca um direito. Por isso só posso lamentar que o Parlamento português tenha feito esta escolha"

Sobre quem critica a Igreja como retrógrada, D. Nuno Brás respondeu: "se acham que a morte é progresso, eu acho que a morte é retrocesso", manifestou. O Bispo do Funchal garante não ter medo das "etiquetas" nem dos "rótulos" que colocam "sem sentido nenhum" no papel da Igreja.

Lembrou que "os antigos romanos também praticavam a eutanásia e o aborto. Depois o Cristianismo significou progresso. Agora querem voltar outra vez aos tempos da antiga Roma" para concluir que "qualquer dia temos outra vez o circo onde se matam pessoas na arena. O que que se há de fazer?", questionou.

"Nós cristãos, temos de saber viver no meio desta sociedade que deixou de ser cristã e que vive por outros valores, por um lado. Por outro lado não podemos deixar de dizer aquilo que é a nossa (Igreja) posição, porque nós não somos cidadãos de segunda". Argumento para reclamar "o mesmo direito dos outros" para manifestar opinião, embora reconhecendo que "algumas vezes ganhamos, muitas vezes perdemos", para concluir que isto "faz parte de quem aceita viver numa sociedade democrática e pluralista". Razão para "lamentar" que "a grande maioria da comunicação social" considere o aborto e a eutanásia como progresso "quando de facto são retrocesso adquirido", contrapôs. Resignado, diz que esta divergência "é o mundo em que nós vivemos, mas apesar disto tudo, há sempre esperança para o mundo", concluiu.