História

"Numa altura em que a guerra é um dos temas mais falados no nosso quotidiano, ocorreu-nos a ideia de que o grandioso Lusitano também tem o seu exército, afinal a história do povo luso é grande, cheia de conquistas, descobrimentos e ouro.  Ocorre-me que o exército português é igualmente uma ilusão tal como a nossa história. De conquistas, saber fazer tudo o que os seus "reis" pedem e querem é suficiente, ignorando se preciso todos os valores que o indivíduo possuí para ficar bem visto por "vossa majestade" (não vá o rei ficar chateado por questionar as suas ordens e desejos). De ouro, cofres vazios também abundam para estes lados. Tal como a história que diz que tínhamos em excesso, também o exército vê os salários chorudos que são publicados nas notícias referentes à sua profissão mas quando chega à hora de receber o seu ouro parece que afinal não é tão elevado o valor quando comparado com o que é publicado. Por fim, comparando com os descobrimentos que neste caso deveria ser chamado de encobrimentos, pois as coisas que não são transmitidas para fora são mais que as que se descobre hoje em dia. O militar tal como os navegadores dos descobrimentos, tem de abdicar inúmeras vezes do tempo com os seus entes mais queridos para servir a nação (no melhor dos casos), sendo os serviços de 24 horas uma das viagens que não tem hora de regresso. Juntando aos serviços, que por falta de recursos humanos, são excessivos, o militar ainda tem que lidar com inúmeros imprevistos, pois a organização que deveria ser o forte da instituição, não é lá muito organizada. Hoje é uma coisa, amanhã é outra porque quem manda achou por piada mudar. Quando na vez de se servir o povo luso serve-se a entidade que está no comando, perdem-se todos os valores que uma eventual "recruta" exaltasse. Gostava eu de tal como Camões cantar os feitos heróicos que em tempos os lusitanos conquistaram, mas a minha canção acerca do exército iria ser tão triste como as músicas que um jovem ouve quando perde o seu primeiro amor."

Bruno Sousa