Madeira

Moreira da Silva mostra o seu "percurso de 33 anos sempre ao lado da Madeira"

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

O candidato a líder nacional do PSD Jorge Moreira da Silva afirmou, esta manhã, que respeita o facto do líder regional Miguel Albuquerque ser mandatário nacional do seu adversário, Luís Montenegro, mas lembrou que “quem vota são os militantes” e acredita que os militantes madeirenses vão olhar para ele “como alguém que tem 33 anos de percurso político sempre ao lado da Madeira”.

“A minha relação com a Região e com os madeirenses é à prova de bala. Tem muitos anos e está consolidada em resultados que fui entregando”, sublinhou o político, que reunir-se com os deputados do PSD, na Assembleia Legislativa da Madeira. Depois descreveu os seus “pergaminhos relativamente à Autonomia regional”. Enquanto presidente da JSD, em 1996, foi autor do projecto de revisão constitucional que, pela primeira vez, propôs a eliminação dos ministros da República. Enquanto deputado europeu, de 1999 a 2003, bateu-se “como poucos” para que a floresta Laurissilva e as Selvagens pudessem beneficiar do financiamento do projecto LIFE. Enquanto secretário de Estado da Ciência, entre 2003 e 2004, conseguiu criar pela primeira vez cursos preparatórios de Medicina na Universidade da Madeira, “para que os cidadãos que vivem aqui não tivessem que ir de imediato para universidades do continente”. “Lembro-me bem da contestação que a Ordem dos Médicos moveu na altura”, recordou. E depois, como ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, encontrou “forma de, ao contrário do que a troika queria, não penalizar os consumidores de electricidade da Madeira com cortes nas subvenções que o sistema nacional de electricidade atribuía à Região”.

Aos deputados do PSD, Jorge Moreira apresentou uma agenda de aprofundamento das autonomias regionais e inovação nos mecanismos de financiamento. A este respeito, quer “eliminar de vez a figura do representante da República”, reforçar o poder legislativo do parlamento regional e “revolucionar o modelo de financiamento da República à Região, valorizando o capital natural”. Sobre este último aspecto, detalhou a sua proposta: “Os madeirenses estão, em nosso nome, em nome dos portugueses, a tratar de activos significativos e sobre os quais não estão a ser devidamente compensados - a floresta Laurissilva, a orla costeira, as Selvagens, todos os ecossistemas muito relevantes que aqui estão. Chegou a altura de financiar a Região pelos serviços que presta na protecção e valorização do capital natural”.

De resto, Jorge Moreira da Silva aproveitou para desafiar o seu adversário na corrida à liderança do PSD, Luís Montenegro, a dizer se está disponível para um debate público: "Não vale a pena dizer que não tem medo de debater com ninguém ou dizer que gosta muito de debates. Os estados de alma não são para aqui chamados. Em termos práticos, só é preciso saber se está disponível para debater comigo, como eu acho que é do interesse de todos os cidadãos. Se estiver [disponível para debater], como eu estou, seguramente encontrará espaço na sua agenda, porque faltam oito dias para o final desta campanha. Eu alterarei o que tiver de ser alterado para poder fazer os debates com o Dr. Luís Montenegro".