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AIEA insiste na urgência de estabelecer acordo para evitar desastre nuclear

Foto EPA
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A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a alertar hoje que é urgente estabelecer um acordo, entre russos e ucranianos, que permita fornecer assistência técnica e evitar desastres em Chernobyl e outras centrais nucleares da Ucrânia.

"A necessidade de evitar um acidente nuclear é mais premente a cada dia que passa", destacou, em comunicado, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

O responsável da agência nuclear da ONU tem manifestado, ao longo das últimas semanas, a disponibilidade para se deslocar pessoalmente à Ucrânia, para celebrar um acordo que permita o envio de técnicos da AIEA para o país que enfrenta uma invasão da Rússia.

A Ucrânia conta com 15 reatores nucleares e com a antiga central nuclear de Chernobyl, onde ocorreu o acidente mais grave da história da indústria nuclear.

Rafael Grossi garantiu que a agência está "pronta e apta para se mobilizar imediatamente e fornecer ajuda essencial para garantir a segurança nuclear na Ucrânia".

"Espero poder concluir este acordo-quadro sem mais demoras. Não podemos perder mais tempo. Temos que agir agora", sublinhou o diplomata argentino.

As forças russas invadiram a Ucrânia Chernobyl e Zaporizhzhya, a maior central nuclear da Europa.

Estas duas instalações sofreram danos durante o ataque russos, bem como falhas de energia, ocorrências que o staff ucraniano conseguiu reparar mais tarde.

No comunicado divulgado esta quarta-feira, a AIEA informou que as autoridades ucranianas relataram incêndios florestais na proximidade de Chernobyl, algo comum nesta época do ano, adiantando que os bombeiros da região estão a tentar controlar.

O regulador nuclear ucraniano relatou também à agência da ONU que registou ligeiros aumentos nas concentrações de césio no ar em Kiev e em dois locais a oeste de Chernobyl.

No entanto, segundo a mesma fonte, estes valores "não representam problemas radiológicos significativos".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.