A Guerra Mundo

Zelensky saúda resolução da ONU e insta Rússia a pôr fim a agressão

Foto: EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT
Foto: EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou hoje a aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, por esmagadora maioria, de uma resolução condenando a invasão russa da Ucrânia e instando a Rússia a pôr fim imediato à ofensiva.

"Saúdo a aprovação pela Assembleia Geral das Nações Unidas, por uma maioria de votos sem precedentes, da resolução instando fortemente a Rússia a pôr fim imediato ao traiçoeiro ataque à Ucrânia", escreveu Zelensky na sua conta da rede social Twitter.

"Estou grato a todas as pessoas e todos os Estados que votaram a favor. Escolheram o lado certo da história", acrescentou.

O chefe de Estado ucraniano referia-se à resolução hoje aprovada por 141 dos 193 Estados-membros da organização que "condena a agressão russa à Ucrânia" e "exige que Moscovo ponha fim à ofensiva e retire imediata e incondicionalmente as suas tropas" e também "condena a decisão da Rússia de aumentar o alerta das suas forças nucleares".

Intitulada "Agressão contra a Ucrânia", a resolução apela ainda ao acesso sem entraves à ajuda humanitária e "lamenta o envolvimento da Bielorrússia" no ataque à Ucrânia.

"Os resultados devastadores para o agressor da votação na ONU mostram de forma convincente que uma aliança global foi formada e está a funcionar. O mundo está connosco. A verdade está do nosso lado. A vitória será nossa!", escreveu ainda Volodymyr Zelensky no Twitter.

A Assembleia-Geral da ONU foi convocada para esta sessão de emergência, a primeira desde 1997, depois de não ter sido possível aprovar uma resolução condenando a invasão russa da Ucrânia no Conselho de Segurança, onde a Rússia, como membro permanente, tem poder de veto.

A resolução hoje aprovada pela Assembleia-Geral obteve apenas cinco votos contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 abstenções, incluindo as de Angola e Moçambique.

Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste votaram a favor, tal como Portugal e o Brasil, e os votos da Guiné-Bissau e da Guiné Equatorial não ficaram registados.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.