Não há maneira de certos setores do PSD perderem o sectarismo político e a arrogância. Nem perdendo a maioria absoluta regional e várias Câmaras Municipais parecem ter aprendido alguma coisa. Armam-se em donos das nossas ilhas e o que parece valer não é a competência e a integridade, mas o cartão laranja. Veja-se o que se passa com a Presidência da Assembleia Regional. José Manuel Rodrigues, o político que lhes garantiu mais 4 anos de governação, assegurando a maioria absoluta, é agora posto em causa, apesar do líder do PSD, Miguel Albuquerque ter classificado o seu mandato como “exemplar”. No mesmo dia, o senhor deputado Carlos Rodrigues, autointitulado “cuspidor de fogo”, replicou que após as próximas eleições, a Presidência do Parlamento Regional “é inegociável”, como se fosse o senhor que incendeia os debates parlamentares a mandar no partido e na Região. Inacreditável.

Para os herdeiros da cleptocracia laranja, o importante não é saber exercer com dignidade um cargo; o mais importante é estar inscrito na rua dos Netos. Isto é tanto mais caricato quando estamos a 9 meses das eleições e este senhor deputado de voz grossa, mas que pia fino quando é confrontado com as suas conhecidas debilidades, quer substituir-se ao voto dos madeirenses.

Nem percebe que a coligação PSD-CDS precisa de estabilidade e confiança para ganhar as eleições do próximo ano.

Se estivesse no lugar do Presidente da Assembleia, dava o devido troco a estes Torquemadas laranjas.

António Manuel Pinto