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Presidente do México diz-se "orgulhoso" pela expulsão do seu embaixador em Lima

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Foto EPA/Mario Guzman

O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse hoje estar "orgulhoso" da expulsão do embaixador do país no Peru e assegurou que o diplomata e os familiares do ex-presidente peruano Pedro Castillo "estão a salvo" na Cidade do México.

O chefe de Estado mexicano agradeceu o "destacado trabalho" de Pablo Monroy como embaixador no Peru e considerou "ser um orgulho representar o México numa situação de conflito e colocar em destaque o princípio do direito de asilo".

López Obrador elogiou o trabalho do embaixador em retirar do país os familiares de Castillo após a sua detenção no início de dezembro depois de anunciar a dissolução do Congresso e a imediata convocação de eleições.

A chegada ao México da mulher de Castillo, Lília Paredes, e dos seus dois filhos, Arnold e Alondra, foi confirmada na quinta-feira pelo chefe da diplomacia mexicana, Marcelo Ebrard. "O nosso país honrou a tradição de asilo", sublinhou.

O Presidente mexicano considerou que a prisão de Castillo "é um golpe do conservadorismo e dos mandantes do Peru", que à semelhança do que sucede no México e em outros países "são classistas, racistas e muito corruptos", e apenas aspiram ao controlo dos "interesses económicos" dos seus países.

Na quarta-feira, o recém-designado primeiro-ministro do Peru e ex-ministro da Defesa, Alberto Otárola, disse que Paredes está a ser investigada por um alegado "delito de organização criminal".

Em paralelo, a atual presidente do Peru, Dina Boluarte, considerou hoje que Betssy Chávez, última primeira-ministra de Pedro Castillo antes da sua destituição e prisão em 07 de dezembro, "deve dar uma resposta ao país" pelo seu envolvimento na crise política.

"Julgo que ela não pode passar despercebida por toda esta crise política que aconteceu no país", assinalou numa alusão a Chávez ao ser entrevistada pela rádio peruana RPP.

O Peru atravessa uma crise política e social e tem sido abalado por manifestações desde a destituição do ex-Presidente Pedro Castillo, em 07 de dezembro, que quis dissolver o parlamento para convocar uma assembleia constituinte, criar um governo de emergência e governar por decreto, o que foi interpretado como uma tentativa de golpe de Estado.

Após a detenção de Castillo, que ficará em prisão preventiva de 18 meses decretada por um tribunal, o poder passou para a vice-presidente, Dina Boluarte, mas os protestos e manifestações continuaram, provocando pelo menos 27 mortos e centenas de feridos e detidos, o que levou o novo Governo a decretar o estado de emergência a nível nacional.