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Ex-tenista Boris Becker assume culpa e diz que temeu pela vida na prisão

Foto DR
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O antigo tenista alemão Boris Becker, ex-número um mundial, assumiu-se hoje como culpado de fraude fiscal e assumiu que temeu pela sua vida nos oito "dolorosos" meses em que esteve preso no Reino Unido.

"Claro que fui culpado. Aprendi uma lição difícil. Uma lição muito dolorosa. Passei fome e cheguei a ser ameaçado de morte. Na prisão, não somos ninguém. Somos apenas um número. Eu fui o A292EV", disse Boris Becker, em entrevista ao canal de televisão germânico Sat.1.

Esta foi a primeira entrevista do antigo tenista germânico, atualmente com 55 anos, desde que foi libertado em 15 de dezembro no Reino Unido, onde que residia desde 2012, após ter cumprido oito meses da pena de dois anos e meio de prisão por fraude fiscal.

"Por outro lado, a prisão teve coisas boas. Temos tempo para pensar muito, pensar nos erros que cometi estes anos, em que tive maus amigos e em que não soube organizar a minha vida", confessou Becker, vencedor de seis provas do Grand Slam, incluindo três em Wimbledon.

Em liberdade e de regresso à Alemanha, Becker assumiu que vai refazer a sua vida fora do país natal, "talvez em Miami ou no Dubai".

O antigo atleta germânico foi condenado, em abril, a 30 meses de prisão por ter dissimilado ou transferido ilicitamente centenas de milhares de euros e libras para não pagar as suas dívidas depois de ter declarado falência.

Becker foi acusado de ter transferido centenas de milhares de libras de uma conta profissional para outras contas, incluindo das suas ex-mulheres, de ter não ter declarado uma propriedade na Alemanha e de ter ocultado um empréstimo de 825 mil euros e a participação numa sociedade.

O antigo número um mundial, que em 1985 se tornou, aos 17 anos, o primeiro tenista não pré-designado a conquistar o título de singulares em Wimbledon, declarou falência em junho de 2017, com as suas dívidas estimadas em 59 milhões de euros.

Becker tem um historial de problemas com a justiça, tendo sido condenado em 2002 na Alemanha a dois anos de pena suspensa e a uma multa de 500 mil euros por não ter pago 1,7 milhões de euros de impostos.