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Kiev apela à retirada da população de Donetsk

Foto EPA
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A vice-primeira-ministra da Ucrânia e ministra para a Reintegração dos territórios ocupados, Irina Vereshchuk, pediu hoje à população de Donetsk (leste) para que saía da zona devido aos constantes ataques russos.

"Hoje permanecem pelo menos 200.000 (pessoas) na região de Donetsk. Insistimos que saiam, por exemplo, de Bakmut. Já viram que tipo de bombardeamentos estão a ocorrer agora", assinalou Vereshchuk no decurso de uma conferência de imprensa, citada pela agência noticiosa Ukrinform.

A responsável de Kiev para os assuntos relacionados com os territórios controlados pela Rússia dirigiu-se em particular aos habitantes com filhos, pedindo que se retirem para zonas mais seguras.

"Não arrisquem a vida dos vossos filhos", disse.

A mesma responsável assinalou ainda que a retirada das regiões da província de Donetsk ainda controladas pelo exército ucraniano deve verificar-se durante os meses de inverno, e que mais tarde será emitido um balanço da situação para recomendar um eventual regresso da população as suas casas, ou desaconselhar essa medida.

"Ninguém vos deixará sós", assegurou.

Vereshchuk reconheceu que apesar de as autoridades de Donetsk calcularem em 350.000 os residentes que vivem na zona, as autoridades nacionais possuem dados inferiores, com Kiev a referir-se a 200.000 habitantes nessas regiões, dos quais pelo menos um décimo são crianças e adolescentes.

A vice-primeira-ministra também informou que prossegue a retirada das áreas entretanto libertadas pelo exército ucraniano, com 12.000 pessoas a saírem de Kherson (sul) e 23.000 de Kharkiv (leste).

Desde o início da guerra, pelo menos 33.000 pessoas, incluindo 5.000 crianças e 2.000 pessoas com mobilidade reduzida, foram retiradas de Donetsk em direção a zonas mais seguras do país.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia, e que prossegue, já causou mais de 14 milhões de deslocados, dentro e para fora da Ucrânia.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.