Madeira

Banif foi o quarto maior consumidor de recursos ao Estado

Henrique Abrantes no momento da constituição do banco, no Funchal, a 15 de Janeiro de 1988. Na primeira fila, Miguel de Sousa, cónego Tomé Velosa e Nélio Mendonça, ambos falecidos. Foto Arquivo DIÁRIO
Henrique Abrantes no momento da constituição do banco, no Funchal, a 15 de Janeiro de 1988. Na primeira fila, Miguel de Sousa, cónego Tomé Velosa e Nélio Mendonça, ambos falecidos. Foto Arquivo DIÁRIO

De acordo com Expresso, o Banif "era o sétimo maior banco português" quando o Banco de Portugal ditou o seu fim a 20 de Dezembro de 2015. 

O matutino refere que "sete anos depois, aquela intervenção da autoridade bancária acumula um prejuízo de praticamente 3 mil milhões de euros e é a quarta maior causadora de prejuízos desde, pelo menos, 2008". 

Acrescenta que "a intervenção no Banco Espírito Santo e a posterior operação de venda do Novo Banco são aquelas que mais custos tiveram para os contribuintes, num total de 8,3 mil milhões de euros, 37,6% do esforço total", seguindo-se "o BPN, responsável por 27,9% dos mais de 22 mil milhões de euros gastos líquidos dos contribuintes com a banca nacional". 

Adianta também que "a Caixa Geral de Depósitos teve um encargo de 5,5 mil milhões de euros, que permitiu a sua limpeza, sendo que hoje em dia está a pagar dividendos para tentar compensar a ajuda estatal recebida – algo que o BPN, em liquidação, nunca conseguirá".

O Expresso refere que "o mesmo acontece com o Banif, que não tem como compensar o grosso da ajuda estatal recebida". Diz ainda que o banco "teve um custo de praticamente 3 mil milhões de euros apesar da sua dimensão reduzida – e que iria diminuir ainda mais se não tivesse sido alvo da medida. Uma situação que Carlos Costa, governador do Banco de Portugal na altura da resolução, disse ter sido prejudicada pela postura de António Costa, recém-empossado primeiro-ministro na altura". 

Com quotas de mercado relevantes na Madeira e nos Açores, adianta que "o Banif estava condenado a emagrecer ainda mais pela Comissão Europeia, que queria um corte significativo da sua actividade para não haver problemas concorrenciais, por estar prestes a falhar o seu plano de reestruturação". 

Por fim, relembra que "o Santander pagou 150 milhões de euros para ficar com os activos (como créditos) que seleccionou, os correspondentes passivos, ficando aqui os credores seniores do Banif, e beneficiando de uma limpeza de 2,2 mil milhões de euros estatais".