As escalas de alarme precoce e o serviço de saúde da RAM

Já em 2015, vários autores (Capan, Ivy, Rohleder, Hickman, & Huddleston) defendiam que a finalidade de uma escala de alerta precoce (Early Warning Score) seria a de desenvolver um modo acessível e sistemático de avaliar a condição de saúde da pessoa e orientar a resposta perante a situação de deterioração clínica, assentando num sistema de pontuação de medidas fisiológicas obtidas no momento da admissão, ou em momentos de monitorização regular durante o internamento.

A deterioração clínica é um processo evolutivo, previsível e sintomático do agravamento da condição fisiológica, colocando a pessoa numa situação de doença crítica, onde poderá existir risco iminente de morte.

Considerando que nas enfermarias do hospital as pessoas internadas apresentam cada vez mais situações complexas e um maior número de comorbilidades, há uma maior probabilidade de ocorrerem eventos adversos, como a paragem cardíaca e respiratória.

Neste enquadramento, felicito a Administração do SESARAM, EPERAM pelo investimento efetuado no sistema Guardian, o qual, permitirá identificar de modo seguro e eficaz, pessoas em situação crítica, com recurso a escalas que permitem uniformizar a avaliação dessas pessoa e responder de forma oportuna, com recurso a uma linguagem comum entre os profissionais de saúde.

E não tenhamos receio de anunciar a verdade dos factos: Trata-se na verdade de um sistema pioneiro no país, pois o SESARAM é a primeira instituição a adotá-lo e na Europa é a entidade que mais serviços tem incluídos neste sistema de vigilância.

Espanha por exemplo tem o sistema instalado em diversos hospitais, mas nenhum deles comtempla o número de serviços que o SESARAM conseguiu contemplar com este esforço financeiro. Sim, trata-se de um investimento financeiro que trará seguramente benefícios no futuro, pois se conseguirmos evitar a admissão de um doente nos Cuidados intensivos estamos a poupar cerca de dois mil euros por doente e por cama diariamente. O propósito consiste em evitar que os doentes deteriorem a sua condição clínica ao ponto de terem de ser internados em Cuidados Intensivos.

Estamos portanto todos de parabéns, pois desta forma estamos seguros que proporcionamos os melhores cuidados aos nossos doentes e a nós próprios, pois, não esqueçamos que todos podemos vir a beneficiar do sistema, mais cedo ou mais tarde.

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