Democracia em queda

Evidentemente que, nesta época que se avizinha – Ou já estamos mesmo nela – de Natal, o mais sensato, aconselhável e até saudável, seria falarmos do arranjo dos pinheiros, da construção dos presépios, da alegria dos convívios natalícios, da satisfação daqueles que (des) esperam pela vinda dos seus familiares que labutam ou estudam em lugares distantes, dentro ou fora do país, dos preparativos e tudo o mais que se relaciona com o Natal.

Mas ao lermos, algures por aí, de que na Europa a democracia estava a perder o seu espaço, dando lugar a regimes mais totalitários, não pudemos deixar de elaborar este pequeno apontamento.

Em Portugal sabemos qual é a razão. O aparecimento do CHEGA!

O que ninguém nos informa, são os motivos que levaram ao surgimento deste partido.

Isso a gente não sabe, ninguém nos diz, mas presume-se.

Uma das razões é vivermos uma democracia da treta!

Aliás, para sermos mais concretos, o regime que se vive neste País não tem definição política.

Ao tentarmos criar uma democracia, sem democratas, um socialismo, sem socialistas, foi um mau princípio, mas, ainda assim, admissível, porque se tratava de um começo e tínhamos que começar por alguma “ponta”- como diz o povo - mas ao insistirmos nisso é que tem sido uma tragédia que tem levado o País ao descalabro que se conhece.

Hoje, ao contestarmos este tipo de democracia com “os privilegiados do regime” eles defendem-se com a liberdade, que antigamente não havia e hoje há, só que grande parte desta liberdade o povo sério, íntegro, que vive do seu trabalho honesto – e que representa a maioria neste País – dispensa, não quer, está farto dela.

Liberdade para roubar, liberdade para corromper, para intrujar, maldizer, perseguir, liberdade que permite governar a seu belo prazer, gerir os dinheiros públicos sem responsabilidade, liberdade para encher ministérios, secretarias, departamentos, instituições públicas de incompetentes, bem pagos, que levam o dinheiro que muita falta faz em outros sectores, o povo honesto, trabalhador, íntegro, está saturado de ver e ouvir dizer.

Liberdade sem freio, sem limites, é anarquismo, que se tem traduzido em violência, se manifestado em falta de valores, de disciplina, de justiça, com graves prejuízos para o País.

É triste e doloroso reconhecer este tipo de democracia e liberdade que nos deram, quando não foi isto que foi pedido por gerações durante décadas.

Mas é o que temos. E a Europa no seu todo não está melhor. Despida de governantes com saber, experiência e lucidez, ao mesmo tempo que proclamam a defesa dos direitos humanos e de quem trabalha, colocam os seus países cada vez mais dependentes daqueles que não respeitam esses mesmos valores e crescem com a escravatura da mão-de-obra barata.

Estes e outros comportamentos é que vão criando nas populações um certo sentimento de revolta e fá-las mudar o seu sentido de voto nem que seja para amedrontar os “bem instalados senhores das ditas democracias e socialismos” como já aconteceu em Itália e noutros países europeus e por um triz não se deu em França.

Estas democracias – em nome da liberdade - albergam nos seus seios, comportamentos fascistas, comunistas, anarquistas que estão a tirar a vários países a sua própria identidade, a torna-los em “contentores de lixo político e não só” e a causar apreensão nas populações quanto ao seu futuro.

Daí não nos surpreendermos com o declínio da democracia (?) na Europa.

Juvenal Pereira