5 Sentidos

“Estar ligada a uma causa de defesa das mulheres nunca me põe contra os homens”

Helena Pessanha, presidente da Associação Presença Feminina

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A judoca olímpica e árbitra Paula Saldanha, a dirigente associativa Helena Pestana, e a polícia Letícia Figueira, preencheram o terceiro painel das conversa na edição 2022 do ‘Madeira 7 Talks’, que tem como tema central ‘Mulheres por Cima!’.

Na única conversa a três, Helena Pestana, a presidente da associação Presença Feminina deixou claro que “estar ligada a uma causa de defesa das mulheres nunca me põe contra os homens”. Enalteceu a colaboração da polícia nas diversas acções em ‘socorro’ de mulheres vítimas de violência doméstica.

Filha de pai militar e tendo na mãe das poucas mulheres que sempre acompanhou o marido, Helena Pessanha, que nasceu na Guiné Bissau, aos cinco anos foi viver para Angola e volvidos três anos e meio ‘saltou’ para Moçambique, onde permaneceu mais 7 anos. Durante a infância teve a particularidade de ter tido como cuidador homens.

Já Letícia Figueira, agente da PSP há 23 anos admitiu que quando jovem “não queria ser polícia”, mas acabou por se deixar convencer pela profissão, apesar do desagrado do pai. Oriunda de família onde era mais uma entre os 11 filhos do casal, confessou que a própria mãe foi vítima de violência, razão para actuar “revoltada” nas “muitas situações de violência doméstica” em que teve que intervir. Mas não apenas onde a vítima era mulher. Testemunhou também caso de violência exercida por mulher sobre homem.

A antiga judoca olímpica falou da sua carreira ligada à modalidade que a levou a ribalta. Com raízes em Moçambique, apesar de ter nascido na Madeira, reforçou que “nada se consegue sem trabalho, muito trabalho”. Apelou à resiliência, à determinação e a nunca desistir de atingir o sonho.

“Há muitas derrotas até conseguirmos a nosso objectivo principal”, concluiu.