As autoridades venezuelanas registaram, nos primeiros dez meses de 2022, mais de mil casos de abuso sexual de meninos, meninas e adolescentes.

Os dados sobre casos de abuso sexual foram divulgados aos jornalistas pelo Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.

"Entre janeiro e outubro, registámos 1.024 casos de abuso sexual, um número que deve chamar a atenção de todas as autoridades educativas, pais, mães e instituições", disse, sublinhando que há casos com mais de um agressor.

O Procurador-geral explicou que "por isso" foram acusados "1.831 agressores e algo muito interessante, 752 já foram condenados, com a pena máxima (de prisão) quando pelo menos a violência é consumada nos termos mais terríveis".

"Conseguimos penas de 25 a 30 anos de prisão, como se se tratasse de um homicídio qualificado (agravado)", explicou.

Tarek William Saab explicou que as autoridades venezuelanas têm insistido que os pais devem estar alertas, supervisionar as redes sociais, e que aquele organismo trabalha na formação de fontes fiáveis, canais de comunicação com crianças e adolescentes, para ensinar-lhes as regras de autocuidado.

Também que "têm o direito de dizer não perante qualquer ato de um adulto que lhes gere incomodidade".

Por outro lado, Tarek William Saab precisou que o Ministério Público tem uma "sala situacional" para atender as denúncias de abusos policiais.

Tarek William Saab disse ainda que nos últimos cinco anos 1.405 funcionários dos organismos de segurança e 60 colaboradores foram formalmente acusados pelas autoridades venezuelanas de violações dos Direitos Humanos.

Segundo o Procurador-geral foram também detidos 1.546 funcionários e 81 civis por "violar garantias fundamentais", dos 358 já foram condenados.

"Há uma maior consciência entre os juízes, procuradores e polícias, par castigar que comete estes crimes. Não permitiremos que dentro das polícias existam mafias ou criminosos uniformizados. Contra eles deve ir todo o peso da Lei", disse.