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Oposição venezuelana pede a Lula da Silva que ajude a conseguir eleições livres no país

Lula foi eleito no domingo passado.    Foto EPA/Antonio Lacerda
Lula foi eleito no domingo passado.    Foto EPA/Antonio Lacerda

Os principais partidos opositores da Venezuela saudaram Lula da Silva pela vitória nas presidenciais de domingo no Brasil, e pediu para acompanhar a luta dos venezuelanos para conseguir eleições livres e transparentes no país.

"O povo e as forças democráticas venezuelanas convidam o Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a apoiar e a acompanhar a luta que travamos pela restauração da verdadeira democracia, da liberdade, do respeito pelos direitos humanos e para conseguir eleições presidenciais livres e transparentes como solução pacífica para a crise em que a nossa nação está mergulhada", de acordo com um comunicado da Plataforma Unitária Democrática (PUD), divulgado na quarta-feira, em Caracas.

"A Venezuela também quer eleger de uma maneira justa e segura o seu futuro de liberdade e progresso", sublinha a nota da PUD, que reúne os principais partidos opositores venezuelanos.

A oposição começa por "saudar a recente oportunidade que teve o povo do Brasil de escolher o futuro, através de uma eleição livre e transparente, na qual Luís Inácio Lula da Silva foi eleito".

Por outro lado, salienta o "compromisso com os migrantes venezuelanos que atravessaram a selva amazónica para fugir da crise humanitária", que afeta a Venezuela, "e fizeram do Brasil o seu novo lar".

"Mais de 60 mil venezuelanos, de um total de aproximadamente 370 mil, já têm o estatuto de refugiados no Brasil, e 300 venezuelanos ainda atravessam diariamente a fronteira com esse país, segundo dados da Comissão para a Crise de Migrantes e Refugiados Venezuelanos da Organização de Estados Americanos", explica a PUD.

 No documento, a oposição venezuelana pede "ao novo Governo do Brasil, que continue coerente com as suas políticas de solidariedade e apoio aos migrantes venezuelanos" e "as fortaleça" para "continuar a integrar milhares de venezuelanos que apenas querem trabalhar para contribuir para o desenvolvimento da nação brasileira".

Em 05 de setembro, a Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), da ONU, elevou de 6,15 milhões para 7,1 milhões o número de venezuelanos que nos últimos anos abandonaram o país, em fuga da crise política, económica e social.

Os dados da R4V dão conta que mais de 5,9 milhões de venezuelanos estão agora radicados em países da América Latina e das Caraíbas.

A Colômbia continua a ser atualmente o país da região com maior número de migrantes e refugiados venezuelanos, com 2,48 milhões, seguindo-se o Peru (1,49 milhões), o Equador (502 mil), o Chile (448 mil) e o Brasil, com 358 mil.

No Panamá estão radicados 144.500 venezuelanos, na Costa Rica 30.100 e no México 82.900.