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A sorte e o azar de Polícrates

Quando a sorte é demais, algum azar espera

Polícrates era um tirano de Sarno, sul de Itália, o qual tomou o poder pelas armas. Era um governante bem-sucedido, não havia nada que empreendesse que não conseguisse. Era temido com armada nos mares, como vitorioso com exércitos em terra. Amealhava tesouros e tudo lhe corria bem, nada e ninguém lhe conseguia fazer frente, pois, a sorte sempre o acompanhava.

O amigo do Egito

Amósis II, rei do Egito, seu grande amigo, vendo como tão grande era a sua sorte, sugeriu que Polícrates experimentasse algum desgosto, pois, até os deuses têm inveja de quem é bem-sucedido, quando a sorte é demais, algum azar espera.

Polícrates seguiu o conselho e, para experimentar algum infortúnio, atirou ao mar uma esmeralda de grande valor que muito estimava. Porém, ao fim de cinco dias, um pescador capturou um grande peixe que ofereceu ao tirano Polícrates. E não é que, por grande coincidência, o peixe tinha no seu ventre a esmeralda que havia sido atirada ao mar! Como se vê, a sorte não largava Polícrates, que se pensava ser invencível.

O azar

Segundo contou Heródoto, o rei do Egito, vendo tanta sorte, afastou-se de Polícrates para não sofrer da fatalidade que o esperava. Na verdade, Polícrates acabou por cair numa cilada de Dario I, rei da Pérsia, que lhe prometeu grandes tesouros em troca de uma aliança mas, na verdade, mandou prender e crucificar Polícrates, tendo este morrido miseravelmente no ano 522 a.C.. No entanto, Polícrates teve a compaixão de muitos que antes o adoravam por ser uma pessoa favorecida pela sorte, mas, afinal, o azar o esperava, como previu o rei do Egito.

Polícrates sorte teve,
na vida sorte gozou,
mas tanta foi a sorte
que o azar acompanhou.