Madeira

Pedro Ramos atribui escassez de medicamentos à guerra e à dependência do Infarmed

Governante afirma que ruptura não é exclusiva na Região: "Existe em todo o mundo"

Farmácia do Hospital do Funchal tem em falta 378 remédios, a ruptura representa 14% da lista hospitalar de medicamentos
Farmácia do Hospital do Funchal tem em falta 378 remédios, a ruptura representa 14% da lista hospitalar de medicamentos

A falta de 378 medicamentos na farmácia hospitalar do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira deve-se à guerra na Ucrânia e à dependência da Região ao Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, justificou esta quarta-feira, 23 de Novembro, o secretário regional de Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, quando questionado sobre o assunto que faz manchete na edição impressa do DIÁRIO de hoje. 

O governante explica que desde o início do conflito no Leste da Europa "cerca de mais de 20 produtos deixaram de ser produzidos pelas multinacionais farmacêuticas", situação que somada à falta de stocks de determinados remédios e à elevada procura resultam numa ruptura que, destaca, "existe em todo o mundo". 

Quando a guerra acabar, quando as multinacionais terapêuticas começarem a produzir da forma como estavam a produzir anteriormente, o Hospital do Funchal, os hospitais do País, os hospitais da União Europeia deixarão de ter constrangimentos. Pedro Ramos 

Questionado sobre as possíveis alternativas para fazer face à falta de determinados medicamentos, Pedro Ramos alerta que a Região está dependente "do Infarmed e de todas as negociatas que o País faz com os restantes países da União Europeia" para proceder à aquisição de remédios.

Nós dependemos sempre daquilo que é negociado, se calhar temos de partir para uma nova autonomia para esta área, tal como temos autonomia na área da saúde e assim como vamos ter, se calhar, autonomia na área dos internos para vir trabalhar para o hospital. Pedro Ramos

O tutelar da pasta da Saúde aproveitou a ocasião para elencar os investimentos feitos pelo Governo de Miguel Albuquerque nos últimos oito anos: "O investimento na área da saúde, na área do medicamento, há cerca de 8 anos tem vindo a ser concretizado. A nível hospitalar, a nível do IAsaúde, nos últimos 8 anos, o investimento na área do medicamento atinge quase 500 milhões de euros". 

Pedro Ramos falava aos jornalistas à margem da cerimónia de entrega de quatro placas de Acreditação da Qualidade dos Serviços do SESARAM, realizada esta manhã no Hospital do Funchal Dr. Nélio Mendonça.

Faltam 378 remédios na farmácia do Hospital

Faltam 378 remédios na farmácia do Hospital. Esta é a manchete do DIÁRIO desta quarta-feira. Ruptura representa 14% da lista hospitalar de medicamentos. 6% estão abaixo do stock de segurança. Idosa esteve dois meses à espera de medicação para a qual havia alternativa.

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