A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) do Funchal tem em mãos cerca de 206 casos, onde a maioria diz respeito a casos de violência doméstica.

"Depois do período pandémico houve muito absentismo escolar (...) mas a violência doméstica é o que nos está a preocupar. Os consumos, os estupefaciente e o álcool também", explicou a presidente da CPCJ do Funchal, Fátima Fernandes.

Está a decorrer, hoje, no Auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, a iniciativa 'Estendal dos Direitos', em comemoração do 33.° aniversário da Convenção sobre os direitos da criança.

O bullying também será um tema abordado nesta iniciativa. Sobre este assunto, o comissário João Góis, em representação do comandante da Polícia de Segurança Pública (PSP), explica que a entidade desenvolve acções de sensibilização em escolas, intituladas 'Direitos da Criança'.

"Temos feitos sensibilizações aos pais, professores e aos alunos. Vamos mostrar de que forma funciona o nosso policiamento de proximidade e de que forma estamos a tentar vencer este flagelo do bullying", explicou.

Na Região, os casos de bullying "não são preocupantes e acompanham o todo nacional", acrescentou o comissário.

No que diz respeito aos casos de abusos sexuais, Fátima Fernandes refere que existem "alguns", mas são menos de uma dezena.

"O abuso é logo informado ao Ministério Público e à Polícia Judiciária e sendo crime nós não ficámos com o caso. Nós só trabalhamos as crianças, os jovens e as famílias. Se for dentro do próprio lar, a criança não pode estar naquele ambiente, mas é sempre dada a informação ao Ministério Público, à PJ e às entidades competentes", disse a presidente da CPCJ Funchal, acrescentando que desta dezena, "muitas situações não correspondem à realidade".

A Convenção sobre os direitos da criança debruça-se sob quatro pilares: a não discriminação, o interesse superior da criança, a sobrevivência e o desenvolvimento e a opinião da criança.

Durante esta manhã vão existir diversos oradores que vão abordar estes temas.