O ministro polaco da Defesa anunciou hoje a construção de uma barreira ao longo da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado, para impedir a passagem ilegal de migrantes que, segundo Varsóvia, é orquestrada pela Rússia. 

A Polónia já instalou uma barreira física e eletrónica na fronteira com a Bielorrússia, país aliado da Rússia, acusando o regime de Minsk de permitir e promover a passagem de migrantes que pretendem entrar em território da União Europeia.

Até ao momento o regime da Bielorrússia tem desmentido as acusações de Varsóvia sobre a passagem irregular de migrantes. 

Na sequência da organização de ligações aéreas entre o Médio Oriente e África e Kaliningrado, disse aos jornalistas Mariusz Blaszczak, a Polónia decidiu "agir no sentido de aumentar a segurança na fronteira com o enclave".

"Começamos a construir uma barreira provisória", declarou o chefe da diplomacia polaca.  

De acordo com o ministro, a barreira vai ser composta por três vedações de arame farpado com 2,5 metros de altura e três metros de largura, além de equipamentos eletrónicos. 

Os trabalhos começam hoje, na fronteira com 210 quilómetros.

O território de Kaliningrado foi anexado pelas forças da ex-União Soviética após o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e situa-se entre a Lituânia e a Polónia, no Mar Báltico. 

Anteriormente, para prevenir uma crise migratória que a Polónia considera "guerra híbrida" desencadeada por Moscovo e Minsk, o executivo de Varsóvia já implementou em setembro de 2021 uma zona tampão de três quilómetros ao longo dos 400 quilómetros de fronteira com a Bielorrússia. 

A zona interdita a passagem de "não residentes", incluindo jornalistas e funcionários de organizações não-governamentais. 

Apesar da medida imposta pela Polónia, registam-se mais de uma centena de tentativas de passagem da fronteira bielorrussa, sobretudo por cidadãos de países do Médio Oriente.