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UE atribui 80 milhões de euros à Albânia para enfrentar crise energética

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A União Europeia vai conceder à Albânia 80 milhões de euros para enfrentar as consequências da crise energética provocada pela invasão russa da Ucrânia, anunciou esta quinta-feira em Tirana a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Este apoio financeiro servirá para apoiar famílias e pequenas empresas "nestes tempos difíceis", sublinhou Ursula von der Leyen durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro albanês Edi Rama.

"Oitenta milhões não é suficiente, mas é uma ajuda importante e agradeço-lhe", referiu Edi Rama, sublinhando que este montante cobre apenas um sexto dos 460 milhões de euros que a Albânia gastou na compra de eletricidade desde o início do crise, "um número vertiginoso", segundo o governante.

O país dos Balcãs não possui ligação com gasodutos internacionais e o seu fornecimento de energia é baseado principalmente nas suas centrais hidrelétricas e na compra de gás no mercado internacional.

Von der Leyen anunciou ainda que a médio prazo a UE investirá um total de 500 milhões de euros nos Balcãs Ocidentais, especialmente em energias renováveis e na modernização de centrais hidroelétricas construídas na Albânia durante a era comunista.

A presidente da Comissão Europeia assegurou que a situação energética na UE é estável, uma vez que o abastecimento de gás dos Estados Unidos e da Noruega foi diversificado e que mais de 92% dos depósitos foram preenchidos, o que "dá segurança para passar este inverno".

"Estamos muito mais preparados agora do que no início da guerra", sublinhou a política alemã, denunciando ainda que a Rússia cortou o fornecimento de gás à UE em cerca de dois terços nos últimos oito meses.

Von der Leyen, que se encontra numa digressão pelos Balcãs, visitou esta quarta-feira a Macedónia do Norte e esteve no Kosovo esta quinta-feira antes de seguir para a Albânia.

Esta sexta-feira estará na Bósnia Herzegovina e Sérvia e no sábado em Montenegro.

Em 06 de dezembro, a cúpula entre a UE e os países dos Balcãs Ocidentais será realizada em Tirana, um encontro que Rama qualificou de "histórico".

A líder da Comissão Europeia decidiu realizar esta viagem três meses depois da UE ter dado 'luz verde' para iniciar as negociações para a adesão da Albânia e da Macedónia do Norte ao bloco comunitário.

Albânia e Macedónia do Norte, bem como a maioria dos países da região, encontram-se em diferentes fases das suas negociações para a adesão à UE.

Apesar da duração deste processo, mais de uma década em alguns casos, a UE reiterou repetidamente que os Balcãs Ocidentais fazem parte da família europeia.

O ritmo lento de aproximação com a UE causou um aumento do euroceticismo nestes países, segundo alertam especialistas, o que abre caminho para um aumento da influência russa na região.