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Venezuela terá até final do ano 9.000 alunos a aprender português

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Foto: Correio da Venezuela

O ensino do português continua a aumentar na Venezuela, onde as previsões apontam que até ao final deste ano 9.000 pessoas estarão inscritas para aprender a língua, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

"Não posso deixar de destacar o ensino da língua portuguesa que aqui na Venezuela tido um crescimento exponencial. Nós estamos já com mais de 7.500 alunos e provavelmente até ao final do ano chegaremos aos 9.000 alunos", afirmou, em Caracas.

Paulo Cafôfo falava à Lusa na terça-feira, pouco antes de finalizar uma visita de oito dias à Venezuela, onde além de Tejerías (70 quilómetros a oeste da capital, Caracas), contactou com portugueses em Caracas, Maracay, Barquisimeto e Turumo.

"Se compararmos neste momento com o ano transacto, temos mais 31% de alunos inscritos a aprender a língua e isto é fundamental para esta ligação com Portugal, para a ligação das nossas comunidades com o nosso país", explicou.

Sobre a visita ao país, Cafôfo explicou que esteve "inserida no roteiro" que denominou "Portugal no Mundo, Caminho para a Valorização das Comunidades Portuguesas".

A visita, disse, tinha "dois atos importantes": a consagração do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Los Teques (Carrizal), construído "pela comunidade portuguesa, símbolo da fé que tem", mas também, inaugurar, nesse complexo, as instalações do Consulado Honorário de Portugal.

Paulo Cafôfo explicou que "infelizmente esta visita ficou marcada por uma tragédia, as chuvas e enxurradas de Las Tejerías", onde três portugueses faleceram e um outro está desaparecido.

O governante explicou que "isto implicou uma alteração do programa estabelecido, para se poder dar um apoio próximo, direto e necessário à comunidade", precisando que "desde a primeira hora" os funcionários consulares e da embaixada lusa estiveram "presentes no terreno, dando o apoio, fazendo o levantamento dos danos e dos prejuízos".

"Conseguimos, felizmente, através do esforço do senhor embaixador de Portugal em Caracas [João Pedro Fins do Lago], numa grande ação da diplomacia portuguesa, ir a Las Tejerías, para diretamente não só vermos com os nossos olhos, mas abraçar os nossos e podermos ver que necessidades é que têm e que ajuda será necessária para a recuperação, mais do que dos seus negócios, das suas habitações, das suas vidas", disse.

"Fomos acompanhados pela senhora vice-presidente do Governo da Venezuela [Delcy Rodríguez] e por isso há aqui um compromisso de que estas pessoas, apesar da minha saída, do meu regresso a Portugal, estas pessoas não irão ser esquecidas", sublinhou.

Cafôfo explicou que "a componente social aqui é muito importante" e que "o Governo português tem investido nos últimos anos, no apoio social e no associativismo (...) mais de dois milhões de euros na Venezuela, recordando que acompanhou uma ação noturna de atenção aos sem abrigo, alguns deles portugueses, da organização "Regala Una Sonrisa" que é apoiada pelas autoridades portuguesas.

O governante explicou que no Orçamento do Estado de 2023, atualmente em debate no parlamento português, "a Venezuela e a África do Sul são prioridade", "pelas dificuldades sócioeconómicas, por um lado, e por outro, de algum envelhecimento".

O secretário de Estado recordou que em menos de seis meses de mandato é a segunda vez que se desloca à Venezuela, onde recentemente esteve também a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes.

"Isso significa que estamos claramente apostados nesta comunidade, que tem no empreendedorismo a sua visão para o futuro, no seu associativismo. Temos aqui das maiores associações da nossa comunidade portuguesa no mundo, não só em instalações que são únicas, mas também numa dinâmica de difusão de afirmação da cultura e identidade portuguesas", concluiu.