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Queda de parede rochosa provocou 10 mortos no Brasil

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EPA/Minas Gerais 

O número de mortos no acidente ocorrido no sábado num lago no Brasil, após a queda de um paredão rochoso sobre alguns barcos turísticos, subiu de oito para dez, anunciaram fontes oficiais.

O Corpo de Bombeiros informou no domingo que as equipas de resgate localizaram os corpos dos dois últimos desaparecidos reportados na área do acidente, ocorrido no município de Capitólio, no estado de Minas Gerais.

Além dos dez mortos, cerca de trinta pessoas ficaram feridas no acidente, a maioria com pouca gravidade.

O desastre, registado por imagens captadas por telemóveis de outros turistas que se encontravam no local, ocorreu no sábado, quando uma enorme pedra caiu da parede do bloco de rochas que cerca o lago sobre quatro barcos que navegavam numa lagoa, de acordo com vídeos publicados nas redes sociais.

Momentos antes do desabamento, os barcos afetados tentaram, sem sucesso, afastar-se da parede rochosa, após avisos das pessoas que se encontravam em barcos próximos e quando a estrutura começou a estalar.

Os bombeiros relataram inicialmente que havia 20 desaparecidos, embora horas depois tenham reduzido esse número para apenas três pessoas.

O comandante Giuvaine Barbosa, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, indicou que as buscas continuarão hoje para recuperar integralmente os corpos das três vítimas encontradas no domingo e referiu que não estão a trabalhar com a possibilidade de encontrar mais pessoas desaparecidas.

Os dez mortos estavam no mesmo barco, denominado "Jesus", na hora do acidente, segundo Marcos Pimenta, delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, em declarações a jornalistas.

As autoridades suspeitam que as fortes chuvas ocorridas na região nos últimos dias pressionaram as paredes formadas por rochas sedimentares que apresentam menor resistência às intempéries, que em última instância podem ter causado o deslizamento.

O local onde ocorreu o acidente é um ponto bastante turístico de Capitólio, cidade localizada a cerca de 280 quilómetros de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, famosa pelas suas belezas naturais e seus imponentes desfiladeiros, que podem ser visitados através de passeios de barco.

A Marinha e a polícia brasileira abriram investigações para esclarecer as causas e as circunstâncias da tragédia. 

As chuvas que atingem o estado de Minas Gerais já deixaram menos 138 cidades em situação de emergência devido a cheias, deslizamentos de terra e danos a infraestruturas.

Desde o início do período chuvoso, em outubro passado, até ao último domingo, já houve pelo menos seis mortos em outros locais do estado, além das vítimas do deslizamento do paredão de rocha em Capitólio, e cerca de 17 mil pessoas foram retiradas das suas casas, segundo a Defesa Civil.

No domingo, a prefeitura de Pará de Minas, cidade localizada a 83 quilómetros de Belo Horizonte, emitiu um alerta pedindo a moradores que deixem as suas casas devido ao risco de rutura da barragem hidrelétrica da Usina do Carioca.