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Ministro da Defesa garante que missão da UE é "assunto pacífico" entre 27

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Lusa

A missão de treino militar da União Europeia para Moçambique "é um assunto pacífico" entre os 27 e está a ser estabelecida com "muito consenso", disse hoje o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, em declarações à Lusa na Eslovénia.

Depois de, à entrada para o encontro, já ter revelado que a missão "está a avançar muito bem", com "muitos contributos" dos Estados-membros, tal como evidenciou uma primeira reunião informal de representantes dos 27 celebrada na véspera em Bruxelas para decidir a constituição da força, João Gomes Cravinho, em declarações à Lusa após a questão já ter sido hoje discutida entre os ministros da Defesa da UE, reiterou que "vários países assinalaram a sua disponibilidade para participar".

"Essencialmente, Moçambique é um assunto pacífico [...] Vejo com grande satisfação que estamos a fazer esta caminhada no sentido de estabelecer uma missão de formação da União Europeia com muita tranquilidade, muita facilidade, muito consenso", declarou o ministro da Defesa nacional.

Esta missão foi hoje brevemente discutida na reunião informal de ministros da Defesa na localidade eslovena de Kranj, no quadro de um ponto da situação feito pelos 27 sobre as atividades operacionais da UE pelo mundo, incluindo a constituição da missão de formação militar em Moçambique, aprovada em julho passado pelos chefes de diplomacia.

Relativamente à reunião da véspera, ao nível de representantes permanentes dos 27 em Bruxelas com instruções políticas das suas capitais em relação à participação de efetivos militares de cada país, João Gomes Cravinho, sem revelar pormenores sobre a disponibilidade manifestada pelos Estados-membros, garantiu que a mesma foi "muito positiva" e dá "total confiança" de que, tal como previsto, a missão estará no terreno no início do próximo mês.

"Foi uma reunião informal, para, digamos, tirar o pulso aos Estados-membros, e isso já nos deu indicações muito positivas para a reunião formal que vai ter lugar de hoje a uma semana. Aquilo que aconteceu ontem [quarta-feira] dá-nos total confiança de que a missão pode cumprir o seu objetivo de iniciar [o trabalho no terreno] dentro de poucas semanas, no início de outubro", afirmou à chegada à reunião de hoje.

Em 12 de julho, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE aprovaram a constituição de uma missão de formação militar em Moçambique para "treinar e apoiar as Forças Armadas moçambicanas" no "restabelecimento da segurança" em Cabo Delgado, província no nordeste do país, que é palco de ataques de grupos armados desde 2017, alguns dos quais reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, com um balanço de mais de 3.100 mortos e mais de 817.000 deslocados.

Comandada pelo brigadeiro-general português Nuno Lemos Pires, a missão EUTM Moçambique, cujo lançamento foi uma prioridade da presidência portuguesa do Conselho da UE, visa treinar as companhias de forças especiais moçambicanas para desenvolverem uma reação de força rápida que permita mudar a situação em província de Cabo Delgado, e deverá estar assim operacional no terreno no início de outubro, com uma duração prevista de 28 meses.