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Percepção dos portugueses do risco da pandemia baixou

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Foto Artur Machado / Global Imagens

A perceção dos portugueses do risco da pandemia baixou dos 66,6% em setembro de 2020 para os atuais 48,7%, apesar de atualmente se verificar uma maior incidência de infeções, afirmou hoje a diretora da Escola Nacional de Saúde Pública.

"Apesar de termos incidências mais altas agora do que tínhamos em setembro de 2020, temos uma perceção de risco mais baixa", adiantou Carla Nunes, que falava na sessão sobre a "situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", que juntou especialistas e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa.

Segundo disse, o barómetro social da pandemia aponta, assim, para uma perceção de risco "que vai mudando ao longo do tempo", devido à "habituação das pessoas" à pandemia de covid-19.

A diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa salientou ainda que se verifica uma clara distinção entre a utilização da máscara em espaços exteriores e interiores.

De acordo com o barómetro, a utilização da máscara em espaços fechados mantém-se elevada, com 70% dos participantes a referir que utiliza "sempre", enquanto, nos espaços exteriores, tem-se verificado uma tendência de descida na utilização, com 39% dos participantes a utilizar "sempre".

Verifica-se também uma redução da utilização de máscara quando os participantes estão com grupos de dez ou mais pessoas.

Relativamente às medidas implementadas pelo Governo no combate à covid-19, cerca de 74% dos participantes considera "adequadas" ou "muito adequadas", uma tendência inversa à verificada em igual período do ano passado.

Quanto às expectativas em relação ao futuro, 86,7% dos participantes admitem que as restrições impostas pela pandemia se mantenham até ao próximo ano ou mesmo para sempre e mais de 75% tencionam manter a utilização de máscara enquanto medida de proteção, refere ainda o barómetro.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.888 pessoas e foram contabilizados 1.059.409 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.