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Exportações de vestuário crescem 22,5% para 1,4 mil ME no 1.º semestre

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As exportações de vestuário subiram 22,5% no primeiro semestre, em termos homólogos, para 1,4 mil milhões de euros, de acordo com dados hoje divulgados pela Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC).

"Os números preliminares do INE [Instituto Nacional de Estatística] para o conjunto dos primeiros seis meses de 2021 revelam um crescimento próximo dos 23% nas vendas de vestuário ao exterior em comparação com o mesmo período de 2020", refere a associação.

No primeiro semestre de 2020, as exportações de vestuário totalizaram 1,2 mil milhões de euros, contra vendas ao exterior de 1,5 mil milhões de euros em 2019.

"Apesar de alguns sinais positivos no vestuário de tecido, esta tendência continua a ser dinamizada pelo vestuário de malha", refere a ANIVEC, em comunicado.

"No conjunto do período de janeiro a junho de 2021, as exportações de produtos de vestuário já recuperaram mais de 273 milhões de euros em relação ao ano anterior e estão agora a cerca de 86 milhões de euros abaixo do valor registado em 2019", salienta.

"De salvaguardar, no entanto, a persistência de diferenças significativas quando comparamos as exportações de vestuário de malha com as de vestuário de tecido", prossegue a ANIVEC.

De acordo com os dados, as exportações de vestuário de malha no primeiro semestre subiram 31,7%, face a o ano anterior, para 1,1 mil milhões de euros (854 milhões de euros em 2020 e mais de mil milhões em 2019), evidenciando "um desempenho muito mais dinâmico do que os produtos de vestuário de tecido".

Por mercados, "assistimos já a fortes recuperações nos principais mercados de destino e a uma evolução positiva por parte do mercado espanhol", onde as exportações cresceram 35% para mais de 340 milhões de euros.

No vestuário em tecido, as exportações cresceram 0,7% para 360 milhões de euros, mas ainda assim abaixo do registado em 2019 (493,9 milhões de euros).

"Verifica-se que, apesar da diminuição das quebras, determinados mercados de relevo não estão ainda a permitir um melhor desempenho generalizado das exportações, principalmente em relação à recuperação para os valores anteriores à pandemia", como é o caso de Espanha, Alemanha ou Itália, por exemplo.

"Apesar de registarmos uma melhoria substancial relativamente ao início do ano em relação à generalidade das exportações de vestuário, este continua a revelar-se muito difícil para os produtores de vestuário de tecido", aponta César Araújo, presidente da ANIVEC, citado em comunicado.

"O vestuário de tecido é, sobretudo, usado em contextos mais formais, como no local de trabalho, e em contextos sociais e de festa. Os confinamentos um pouco por toda a Europa, o encerramento dos pontos de venda e a adoção generalizada do teletrabalho levaram os consumidores a reduzirem, ou até mesmo anularem, as compras deste tipo de vestuário e isso está a ter um impacto fortíssimo na atividade das empresas do setor, que se veem sem encomendas e sem clientes", explica o responsável.