Coerências e incoerências

Vimos na Imprensa que:

“O Partido ADN-Alternativa Democrática Nacional, através do seu Presidente, Bruno Fialho exige a demissão do Secretário Regional da Saúde, Pedro Ramos por” veladamente, “tentar impôr a vacinação forçada contra a Covid-19, nas crianças dos 5 aos 11”.

Lembra ainda que existe uma Constituição e que ela tem de ser respeitada, tendo o Secretário ultrapassado, todos os limites da decência política..., citei.

Sem dúvida, a mensagem é forte e pretende esmagar; confrontado com a dureza da mesma e a minha ignorância do Partido e do personagem, na minha humilde condição de membro do chamado Povo, tive de me ir documentar, infelizmente é o que acontece, à grande maioria daqueles, que não pertencendo “à política”, normalmente não estão à altura para dominar “à primeira” estas questões...

Assim, entre outras curiosidades vi, que já em Novembro:

“E cito...” O Partido ADN-Alternativa Democrática Nacional exige que o Ministro da Educação tenha a decência de cumprir a Constituição da República Portuguesa e abstenha-se de reprovar os alunos de Vila Nova de Famalicão, por estes não assistirem a uma disciplina que, legalmente, não pode ser considerada obrigatória...”

Então, o Secretário Regional da Saúde, não cumpre a Constituição, exige-se a demissão; perante, o mesmíssimo incumprimento por parte do Senhor Ministro da Educação, exige-se a decência...Diria, que os madeirenses pensantes, conhecem a estratégia do seu marketing político, bem como a dialéctica “ à portuguesa “...

Reparei que nas duas situações há, três palavras, que são transversais. Constituição, exigir e decência ou indecência, conforme dá mais jeito.

Temos, pois, que:

1 - O Senhor Fialho é acérrimo defensor da Constituição, o que nos parece bem, pese ter da mesma uma leitura muito própria.

2 - É de exigir, o homem não brinca em serviço e não faz por menos.

3 - A decência tem diferentes momentos e patamares, está no seu direito, são gostos ... e gostos não se discutem...

Mas, permita-me que aqui do meio do Atlântico e sem exigir, nada, lhe diga o seguinte:

1 - A Região Autónoma da Madeira, também está plasmada na “mesma Constituição”, embora, ás vezes não pareça, acrescentaria em termos populares, “tem dias” ...!

2 - Infelizmente, com muita tristeza minha, não são todos, mas, ainda são bastantes que exigem sim, ser respeitados.

3 - Somos um Povo genuíno e que também não gosta nada de indecências e muito menos de ingratidão.

Para finalizar e sempre, numa perspectiva construtiva, permita-me que lhe diga o seguinte:

O Governo da Madeira tem muitas falhas, por vezes, cá para a gente que ninguém nos houve, até demasiadas, mas, atacar o Governo Regional em termos da gestão da pandemia, começando no seu Presidente e acabando numa EQUIPA, de milhares de pessoas que não vou enumerar para não cometer nenhuma injustiça e cuja face mais visível e que a tem comandado e liderado superiormente no terreno, é goste-se ou não o Dr. Pedro Ramos, roça a indecência, pois, até em termos internacionais tem sido reconhecido o seu trabalho e desempenho, por vezes ao contrário do Governo Nacional, que frequentemente nos envergonha e apequena.

Já agora, naquela perspectiva do marketing político, que vi na sua nova estratégia de mudança de nome de PDR, para ADN, dei-me ao trabalho de ver nas últimas eleições legislativas em 2019, quantos votos tiveram e vi que foram 603 (0,42%). O Partido do homem que segundo o vosso comunicado de ontem e cito novamente”... ultrapassou todos os limites da decência política...”, teve 56.448 (39,42%). Palavras para quê...!

Como estamos na altura do Natal, como me entusiasma o Marketing, como ciência da Gestão, permita-me uma recomendação numa das suas perspectivas: DIVERSIFIQUE! Caso contrário vai perder no futuro, aqui na Região muita clientela. Bom Ano 2022!

João Abel de Freitas